O corpo do ex-governador e candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, será enterrado no mesmo túmulo do avô, o ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, no cemitério de Santo Amaro, na zona norte do Recife. Arraes, que inspirou e introduziu o neto na vida política, morreu há nove anos, também num dia 13 de agosto, o que reforça uma mística em torno da tragédia que tirou a vida de Campos em meio a uma campanha presidencial.
A viúva, Renata Campos, que era esteio e conselheira do marido, também compartilhou a satisfação dele com os amigos, familiares e políticos que a visitaram. "Fui lá e fiz um gol", dizia ela, repetindo a frase dita por Campos ao comentar a entrevista, aos que lhe foram abraçar e prestar solidariedade. Mesmo muitas vezes entre lágrimas, ela se mostrava serena e partilhava a felicidade do marido, expressa antes de embarcar no jatinho que o levou à morte. Renata se encontrava com o marido no Rio. Enquanto ele foi para Santos, ela retornou ao Recife. Viajou em um voo comercial e ficou recolhida em casa. A família não falou com a imprensa.
"Não estava no script", lamentava ela, enquanto recebia, de pé, com um abraço, cada um que chegava à sua casa, na Rua Luiz da Mota Silveira, no bairro de Dois Irmãos, zona norte do Recife, onde mora desde o casamento. Renata não saiu de perto dos cinco filhos e se revezava com os mais velhos nos cuidados com o caçula, Miguel, de sete meses. O casal se conheceu ainda criança e começou a namorar na adolescência.