O principal nó que Marina precisa desatar está em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. O PSB, com articulação direta de Eduardo Campos, conseguiu indicar o presidente do partido no estado, Marcio França, como vice do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. Marina deixou claro que não participaria de nenhum ato de campanha que tivesse a participação do tucano. No Rio de Janeiro, constrangimento semelhante, mas com parceiro diferente.
Em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, Marina começou as articulações para disputa pelo governo do estado defendendo como pré-candidato ao governo do estado o médico e ambientalista Apolo Heringer, também da Rede, mas abrigado no PSB como a ex-senadora. A posição de Marina foi anunciada, por meio de carta enviada ao partido, quando alas da legenda se dividiam entre o lançamento de candidatura própria ou o apoio ao PSDB. A aliança com os tucanos era defendida pelo próprio presidente estadual do PSB em Minas, o deputado federal Julio Delgado. Em meio às articulações, o parlamentar chegou a ser cogitado como candidato da legenda. Ao final, optou-se pelo pai do congressista, o ex-prefeito de Juiz de Fora, Tarcísio Delgado. A decisão fez com que correligionários de Marina na Rede se afastassem do PSB no estado.
O posicionamento de Marina em relação a São Paulo e Rio de Janeiro tem a mesma justificativa.
A ex-senadora recusa qualquer relacionamento com o PT, partido ao qual já foi filiada, e o PSDB, duas das principais legendas do país, que, na avaliação da ex-parlamentar, praticam formas antiquadas de política e seriam “farinha do mesmo saco”. Em relação a Minas Gerais, a tática de pressionar por ter um aliado da Rede na disputa era uma tentativa de já tentar fortalecer a futura legenda, que não deverá tardar a ter o registro da Justiça Eleitoral. As incursões de Marina nas alianças regionais do PSB irritaram a cúpula do partido e de nada adiantaram. Em todos os cenários estaduais prevaleceram a vontade da cúpula do partido. No Paraná, onde o governador Beto Richa (PSDB) tem o apoio do PSB na disputa pela reeleição, Marina nunca escondeu que gostaria de apoiar Roberto Requião, que concorre ao cargo pelo PMDB.
PROVA DE FOGO
O desempenho de Marina, caso seja confirmada como candidata, será testado ainda na Bahia, o maior colégio eleitoral do Nordeste. A ex-senadora não chegou, ao menos publicamente, a reclamar das articulações do PSB no estado.