Do IML, os corpos seguirão para uma funerária. Um tabelião de Santos viajará a São Paulo para participar dos trâmites. Os serviços cartoriais serão feitos no 10° Tabelião de Notas da Capital de São Paulo. A previsão é de que os corpos comecem a ser trasladados entre o fim da tarde e o início da noite de hoje, segundo a primeira-dama de Pernambuco, Leila Queiroz. A liberação dos restos mortais de todas as vítimas será feita ao mesmo tempo, atendendo a um pedido da viúva de Eduardo Campos, Renata.
Segundo informações repassadas por políticos que estão acompanhando o trabalho em São Paulo, as famílias dos dois pilotos e dos cinco passageiros assinaram documentos autorizando que, caso sejam encontrados novos restos mortais após os sepultamentos, ele serão recolhidos e incinerados. O transporte dos caixões será feito em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ontem, o coordenador da agenda da campanha de Eduardo Campos, Lauro Gusmão, estava de posse de uma cópia da procuração assinada por Renata Campos permitindo a retirada dos restos mortais de Eduardo Campos. Segundo ele, o ex-deputado Maurício Rands viajou ontem a São Paulo com o documento original, que será levado ao cartório. Emerson Valadares está na cidade para a liberação dos restos mortais do irmão, o assessor de campanha e ex-deputado federal morto no acidente, Pedro Valadares.
Uma equipe de 50 peritos do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo e da Polícia Federal, entre eles, 10 especialistas em genética, trabalhava intensamente ontem na identificação de fragmentos dos corpos das sete vítimas, por meio de exames de DNA. Segundo o IML, os restos mortais só serão liberados quando forem obtidos os perfis de todas as vítimas por meio da análise de DNA, um procedimento considerado complexo. Os peritos extraem material dos fragmentos para mapear o DNA e fazer a comparação com outras amostras. Após o cruzamento com material genético colhido de parentes das vítimas, as partes dos corpos são identificadas.
“Evaporado” O dentista de Eduardo Campos, Francisco Cavalcanti, esteve em São Paulo para tentar ajudar na identificação do corpo do ex-governador, mas afirmou que não foi possível fazer o reconhecimento por meio da arcada dentária. “Não tem como. Não havia arcada de Eduardo nem de ninguém, pelo menos até ontem (quinta-feira) à tarde. É como se (Campos) tivesse evaporado. Se tivesse sido achado algo, eu poderia confrontar com a documentação que tenho dele, que é recente. Mas o reconhecimento só ocorrerá por DNA”, disse o dentista, que atendeu o ex-governador por 25 anos.
Buscas estendidas No fim da manhã de ontem, bombeiros encontraram novos fragmentos de corpos no local do acidente. “Nas buscas de hoje (ontem), novas partes dos corpos, que já estão sendo encaminhadas para o IML, foram localizadas. Por isso, vamos prorrogá-las até domingo”, anunciou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, comandante Marcos Palumbo.
No terceiro dia de buscas, os bombeiros concentraram os trabalhos em um bambuzal localizado no terreno onde ocorreu o impacto da queda.