Depois de liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo os restos mortais do presidenciável Eduardo Campos e de outras três das sete vítimas do acidente aéreo que tirou a vida do socialista, um avião da Força Aérea Brasileira deve transportá-los para o Recife, onde milhares de pessoas são aguardadas para uma cerimônia coletiva em frente ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo pernambucano. A expectativa é de que os corpos sejam velados por mais de 24 horas, com enterro programado para as 17 horas de amanhã. Dificuldades na identificação dos corpos, no entanto, podem adiar o funeral.
Assim que os restos mortais chegarem à Base Aérea do Recife, serão transportados até a Praça da República, onde fica o Palácio Campo das Princesas, sede do governo do estado. Além do ex-governador de Pernambuco, serão velados no local o assessor de imprensa Carlos Augusto Ramos Leal Filho e o fotógrafo Alexandre Severo Gomes da Silva. A família do cinegrafista Marcelo de Oliveira ainda não definiu se ele será velado no mesmo local.
Lá, está prevista a realização de uma missa campal, que será celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Antônio Fernando Saburido, na área externa do palácio, com a presença estimada em 30 mil pessoas, segundo a Casa Militar de Pernambuco. A estrutura começou a ser montada ontem. Dona Renata, viúva do político, vai definir com o governador João Lyra Neto se o velório será dentro ou fora da sede do governo.
Amanhã, a previsão é que no início da tarde o caixão com os restos mortais de Campos seja levado para o cemitério. Emem carro aberto do Corpo de Bombeiros, o caixão será acompanhado por um cortejo de pernambucanos. Em 2005, o trajeto, de aproximadamente dois quilômetros, foi feito em aproximadamente 40 minutos no enterro do avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes.
A expectativa é de que as cerimônias recebam público de até 150 mil pessoas. Entre os milhares de visitantes, confirmaram presença a presidente da República, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, amigo e conterrâneo de Campos, além dos governadores Alberto Pinto Coelho (PP-MG), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Beto Richa (PSDB-PR), Jaques Wagner (PT-BA), Agnelo Queiroz (PT-DF), Rosalba Ciarlim (DEM-RN) e Renato Casagrande (PSB-ES). Todos os estados informaram que serão enviados representantes. Tanto no velório quanto no enterro, haverá uma área separada para os políticos e familiares. Outros sepultamentos não poderão ocorrer no momento em que Campos estiver sendo enterrado.
O corpo de Campos será sepultado no mesmo jazigo do avô Miguel Arraes, na quadra 32, lote 1, do Cemitério Santo Amaro. O espaço seria mantido como está, e a exumação de um dos filhos do ex-governador, tio de Campos, que também está no local, abriria espaço na segunda gaveta da sepultura para o corpo. Uma das filhas de Arraes, no entanto, autorizou a alteração do jazigo. Funcionários da Prefeitura do Recife começaram na manhã de ontem a montar uma nova gaveta funerária, que vai elevar o jazigo em 80 centímetros em relação à altura atual, e a erguer um mausoléu simples de pedra branca.
A obra reconfigurará a sepultura do avô, que é simples, com grama quase nivelada com o terreno e um arbusto de flores vermelhas em volta. No túmulo onde estão os restos mortais do ex-governador Arraes está também seu filho Carlos Augusto Arraes de Alencar.
Esquema de segurança
Representantes do governo de Pernambuco e da Prefeitura de Recife definiram ontem como funcionará o esquema de segurança para o velório e o enterro do ex-governador Eduardo Campos. O efetivo que acompanhará o funeral será formado por 30 bombeiros e cerca de 250 policiais militares, além da escolta policial ao longo do trajeto entre a Base Aérea e o Palácio Campo das Princesas. Também serão mobilizadas duas unidades móveis de atendimento médico.