Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) levará os restos mortais do piloto mineiro Geraldo Magela Barbosa da Cunha, de 45 anos, uma das vítimas do acidente que matou o candidato do PSB à Presidência da República Eduardo Campos, para Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A família de Magelinha, como era conhecido, espera receber o corpo até, no máximo, segunda-feira. O piloto está sendo identificado pelo Instituto Médico Legal de São Paulo (IML). Há três meses trabalhando na campanha do socialista, Magela atuava como copiloto no voo com destino a Santos. O piloto deixa a mulher, Joseline Cunha, grávida de sete meses, e o filho, João, de 3 anos.
Eduardo Barbosa da Cunha, irmão de Magela, afirma que um representante do governo de Pernambuco está em Valadares em contato direto com os familiares. “A informação é que os restos mortais podem chegar de amanhã (hoje) até segunda-feira”, afirma. Um amigo da família, Elias Ribeiro, disse que a previsão dada pelo governo é de que o corpo chegue ao município do Leste de Minas na segunda-feira, às 15h. “Estamos organizando o enterro para terça-feira”, diz. O governo de Pernambuco arcará com as despesas do sepultamento.
Os restos mortais de Magelinha estão sendo os últimos a ser identificados. Na quinta-feira, peritos do IML foram a Valadares para colher material genético (mucosa da boca) do irmão a ser usado no exame de DNA. As amostras estão sendo confrontadas com os restos mortais e só chegaram a São Paulo ontem, com radiografias da arcada dentária do piloto. A demora na liberação do corpo tem deixado a família esgotada. “Não estou dando conta de mais nada”, confessa Eduardo Barbosa.
Ontem, a mulher de Magela e o filho desembarcaram em Belo Horizonte. A família mora em Santa Luzia, na região metropolitana, mas estava nos Estados Unidos para comprar o enxoval da bebê que nascerá em outubro. Ainda em estado de choque, Joseline foi para a casa de familiares na capital e está sedada. Em Nova York, ela e o filho estavam hospedados na casa do irmão mais velho de Magela, Rui Barbosa da Cunha, que também veio para o enterro do piloto. Rui Barbosa desembarcou direto em São Paulo, para ajudar na liberação dos restos mortais de Magelinha.
NÔMADE
Em São Paulo, Rita Regina da Silva, mãe do fotógrafo Alexandre Severo, morto no acidente de avião na quarta-feira, disse que o filho era nômade. “Posso dizer que estou feliz, meu filho morreu fazendo o que gostava.” Severo era fotógrafo oficial da campanha de Eduardo Campos à Presidência.
Rita Regina esteve na capital paulista para levar documentos do filho que serão importantes para a liberação do corpo. A pedido da família de Campos, todos os corpos serão liberados no mesmo dia. O material genético de todas as sete vítimas chegou ao IML de São Paulo na noite de quarta-feira. Os exames de DNA estarão prontos hoje, de acordo com nota do diretor do instituto, Ivan Miziara.
Apesar da indefinição quanto ao enterro, no Facebook, a família de Severo divulgou que terça-feira será celebrada a missa de sétimo dia, às 19h, na igreja Matriz do Espinheiro, no Recife.