São Paulo, 18 - A despedida de Eduardo Campos teve comoção nas ruas, selfies em frente ao caixão e muita gente que saiu de longe para o funeral do ex-governador na capital pernambucana.
"Há três anos, o doutor Eduardo foi inaugurar um posto da polícia no Morro do Bom Jesus, em Caruaru. Falei para ele que ia subir no palanque e gritar para todo mundo que estava ao lado do futuro presidente do Brasil. Ele me disse: 'Capitão, não, ainda é cedo'", lembrou. "Eu vim de Caruaru para dizer o último adeus. Mas sei que o sangue de Eduardo e de Miguel Arraes estão aí, germinando."
Houve quem reclamasse do tom político do evento. "Sou petista, mas admiro Eduardo e acho que perdemos muito. Só fiquei triste que muitas pessoas tentaram transformar o velório, um momento de pesar e dor, em campanha", disse a professora aposentada Eurentina Maria de Freitas, de 75 anos.
Muitos não conseguiram chegar até o caixão - uma frustração que manteve inabalável a devoção pela família. Lídia dos Santos, de 41 anos, mandou fazer um banner especialmente em homenagem a Campos e uma camisa com sua foto. "Estou há cinco horas na fila, mas vale a pena. Ele não merecia morrer."
Na internet
Muitas das pessoas que passaram pelo velório fizeram fotos de si mesmas, as chamadas selfies, com o caixão ao fundo. A atitude motivou intenso debate nas redes sociais.
Uma das fotos mostrava uma mulher sorrindo para o celular segurando com o braço estendido tendo o caixão de Campos ao fundo. "Selfie em velório é no mínimo abominável. Sorrindo então, torna a pessoa imbecil", comentou uma internauta no Twitter.