Paulo de Tarso Lyra
Brasília – O PSB finaliza a carta de compromissos que Marina Silva terá que assinar, assumindo para si os compromissos, as alianças e o discurso de campanha encapado por Eduardo Campos nos últimos meses. A ideia é mais um ponto de atrito entre os aliados e tem provocado constrangimentos entre os marineiros, que reclamam do fato
Dentro do próprio PSB, há quem considere a proposta um preciosismo. “Nossa parceria já está firmada no programa de governo. É ele que vai nortear a relação”, disse o senador e candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. “Não há nenhum problema em se elaborar um documento pedindo a unidade neste momento. Não é hora de termos qualquer tipo de divergência”, discordou o senador João Capiberibe (PSB-AP), pai do governador Camilo Capiberibe, candidato à reeleição.
Segundo apurou o Estado de Minas, o documento, que está sendo elaborado em conjunto pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), tem vários pontos nos quais os socialistas querem a concordância de Marina. O mais importante deles é a manutenção dos acordos políticos e dos palanques regionais. Durante o processo de costura política, Marina divergiu de muitos acertos feitos por Campos, sobretudo em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Mato Grosso do Sul.
Compromissos Outros pontos caros à memória de Campos devem estar presentes: o compromisso com o planejamento do estado, a ética na política, a meritocracia na máquina pública, as reformas tributária e política, a autonomia do Banco Central e um diálogo mais qualificado com os setores produtivos, incluindo o agronegócio.
Os socialistas estão cautelosos sobre como abordar a questão da Rede Sustentabilidade. Dois dias antes da convenção que homologou a chapa Eduardo Campos e Marina Silva, os sonháticos divulgaram nota dizendo que, tão logo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conceda o registro, eles desembarcarão do PSB rumo à nova legenda, sem questionamentos sobre a fidelidade partidária. Para não gerar melindres, setores da legenda defendem que uma menção para que esse debate sobre a criação da Rede seja adiado para não contaminar a campanha eleitoral.