No programa eleitoral de estreia daqueles que querem continuar ou sonham em chegar à Câmara dos Deputados não faltaram promessas para conquistar o eleitor: redução de impostos, mais recursos para os municípios, criminalização da homofobia, redução da maioridade penal e até o fim de injustiças cometidas contra os aposentados brasileiros.
Nos 25 minutos dedicados a parte dos 697 candidatos a deputado federal, quem teve mais tempo – e currículo – pôde apresentar suas ideias e realizações na política ou na sua área profissional. Outros, menos abastados, se limitaram a anunciar o nome e número. Foi o caso do PSDC, primeiro partido a apresentar seus candidatos. O primeiro a ter um “script” foi o vereador de Belo Horizonte Edson Moreira, que disputa uma das 53 vagas de Brasília pelo PTN.
Ex-chefe do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Edson Moreira foi enfático: “Vote com segurança, se não, você vai morrer”, frase dita com a entonação que lhe é peculiar. O programa do PTB foi seguido pelo PTdoB, que se limitou ao discurso de seu presidente nacional, Luiz Tibé, com imagens externas da Praça da Liberdade, no Centro da capital, em que ele defende mudanças e chama os eleitores a “caminhar com a gente”.
Dos partidos maiores, o programa da coligação que reúne PT/PMDB/PCdoB/PROS/PRB foi o primeiro a ir ao ar. A principal estrela foi o candidato a governador Fernando Pimentel (PT), que pediu votos para os candidatos do grupo. As primeiras cenas dedicadas ao PT foram destinadas aos candidatos que tentam a reeleição ou deputados estaduais que tentam chegar a Brasília pela primeira vez. Apenas depois deles tiveram vez alguns novatos. No programa do PMDB, coube ao presidente estadual e candidato a vice, Antônio Andrade, apresentar os candidatos – que foram mesclados entre atuais deputados e novatos.
O presidenciável Aécio Neves, o candidato a governador Pimenta da Veiga e o indicado para o Senado, Antonio Anastasia, foram as estrelas da propaganda eleitoral do partido deles, o PSDB. Os candidatos da legenda foram apresentados ao lado de um painel com a foto dos três – e todos eram novatos. A cada três nomes, o slogan “vote 45”, o que fortalece também o voto de legenda. Em razão das coligações partidárias diferentes em nível nacional, no programa do PP, PSD e PR, a foto de Aécio foi omitida, mas retornou em seguida, com a propaganda do Solidariedade e do DEM.
Partido sério A disputa presidencial também ficou de fora do programa do PV, PDT e PPS – até porque cada legenda seguiu um rumo nas eleições do Palácio do Planalto: lançaram ou apoiam Eduardo Jorge, Dilma Rousseff e o PSB. No programa do PPS, a presidente estadual, Luzia Ferreira, pediu aos eleitores que valorizassem seu voto, escolhendo um partido sério.
A coligação formada pelo PSB e PPL adiou a apresentação de seus candidatos a deputado federal. Os minutos destinados ao grupo foram ocupados por um discurso do presidente estadual do PSB, Júlio Delgado, em homenagem a Eduardo Campos – morto há uma semana em um trágico acidente aéreo em Santos, litoral de São Paulo. Durante as palavras do mineiro, imagens de atos de campanha de Campos, inclusive em Juiz de Fora, única cidade mineira visitada por ele, no início deste mês. Em uma foto de Eduardo Campos, a reprodução de um trecho da entrevista concedida ao Jornal Nacional na noite anterior à sua morte: “Não vamos desistir do Brasil”.
Foto de Aécio Neves voltou a aparecer no programa do PMN. Nas demais propagandas, apenas o PSC dedicou parte do seu tempo à candidatura presidencial: fez questão de apresentar o Pastor Everaldo como uma alternativa para o Brasil.