A decisão sobre o bloqueio patrimonial da presidente da Petrobras, Graça Foster, foi adiada pelo Tribunal de Contas da União mais uma vez. O ministro relator do caso, José Jorge, pediu nesta quarta-feira o adiamento da decisão após saber de uma notícia veiculada pelo jornal O Globo que afirma que Graça Foster e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró doaram imóveis após a discussão sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas.
Nesta quarta, após o voto de José Jorge, o ministro Walton Alencar Rodrigues apresentou divergência. Ele concordou com a inclusão dos novos nomes no processo, mas pediu que ficassem excluídos do bloqueio patrimonial os diretores que participaram apenas da decisão que aponta prejuízos de US$ 92,3 milhões causados pelo adiamento do cumprimento da decisão arbitral sobre a disputa contra a Astra Oil, antiga proprietária da refinaria. É o caso da atual presidente da estatal, Graça Foster.
Um ministro ouvido pela reportagem afirmou antes do início da sessão que a expectativa era de que a maioria divergisse de José Jorge na questão da indisponibilidade de bens. Durante o voto do ministro Walton Rodrigues, contudo, José Jorge se levantou e começou a falar com os demais ministros. Depois de falar com o presidente da corte, Augusto Nardes, levantou a necessidade de adiar a decisão, frente à matéria que sugere a fuga patrimonial de Graça e Cerveró. O advogado-geral da União pediu que o caso fosse analisado mesmo assim, mas José Jorge pediu que o processo fosse retirado de pauta, para que se apure a veracidade da notícia divulgada na imprensa, e prometeu trazer o caso para o plenário na próxima semana.