Uma investigação interna da Petrobras descobriu que dois documentos reservados - o plano diretor de desenvolvimento integrado do pré-sal na Bacia de Santos e a contratação de uma empresa concorrente da SBM - foram vazados a partir de senhas pessoais do ex-diretor da Área Internacional Jorge Zelada.
Em depoimento à CPI mista há duas semanas, o próprio Zelada afirmou que não passou suas senhas pessoais "para ninguém". Ele disse que jamais entregou documentos da estatal para pessoas estranhas ao corpo da companhia. Aramis de Lima disse que "lamentavelmente" a investigação interna não conseguiu comprovar o rastreamento para saber como os documentos sigilosos foram parar em um computador da empresa holandesa. Segundo ele, os computadores que poderiam indicar de onde partiram os arquivos foram substituídos.
"O que nós conseguimos evidenciar (na investigação interna) foi que os documentos foram gerados a partir da chave do doutor Zelada", afirmou o gerente de Segurança Empresarial, ao concordar com a afirmação do líder do PPS, Rubens Bueno (PR), de que é "grave" o vazamento dessas informações.
Assim como disse à CPI da Petrobras exclusiva do Senado no início de junho, Aramis de Lima reafirmou que a conclusão da investigação interna da Petrobras não comprovou a existência de pagamentos indevidos a funcionários da estatal. Essas apurações começaram em fevereiro deste ano, após reportagem do jornal Valor Econômico. "O resultado final da comissão é que a comissão não identificou qualquer tipo de pagamento de propina a empregados da Petrobras. Não identificamos nada que fosse consistente", disse.