A transferência dos bens foi revelada ontem pelo jornal O Globo. Líder do PPS, o deputado Rubens Bueno (PR) solicitou que a CPI levante nos cartórios de imóveis no Rio de Janeiro se de fato houve a transferência de imóveis aos parentes de Foster e Cerveró. “Está comprovado nos cartórios do Rio de Janeiro o que aconteceu em março deste ano. Por isso é que essa CPMI precisa apurar denúncias. Essa é mais uma denúncia grave”, disse.
Bueno bateu boca com a deputada Iriny Lopes (PT-ES), que defendeu os executivos da Petrobras e acusou o congressista de usar a denúncia como “palanque eleitoral”.
O bate-boca ocorreu em meio ao depoimento do gerente jurídico internacional da Petrobras, Carlos Cesar Borromeu de Andrade, à CPMI. Ele afirmou que as duas cláusulas polêmicas que teriam causado prejuízo à estatal na compra de Pasadena foram elaboradas para preservar a empresa. Responsável por analisar o conteúdo jurídico das cláusulas Marlim e Put Option, o gerente disse que elas permitiram solucionar eventuais impasses jurídicos com a empresa belga Astra Oil, que comprou parte da refinaria. O gerente foi um dos condenados pelo TCU a ressarcir os cofres públicos pela compra de Pasadena.
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, confirmou que o ex-diretor doou três imóveis em Ipanema, Zona Sul do Rio, para parentes 45 dias antes de o TCU determinar o bloqueio do patrimônio dele e de outros nove executivos da estatal apontados como responsáveis por um prejuízo de quase US$ 800 milhões com a compra de Pasadena. Ribeiro garantiu, porém, que o ex-diretor ainda tem imóveis em seu nome. Entretanto, não soube informar o número.
Matéria publicada pelo Globo Online afirma que Graça Foster também teria transferido para seus filhos, Flavia Silva Jacua de Araújo e Colin Silva Foster, imóveis na Ilha do Governador, no Rio Comprido e na Praia de Manguinhos. Segundo a Petrobras, Graça Foster, iniciou o processo de doação de três imóveis para seus filhos em junho de 2013, três meses depois, portanto, de o TCU ter iniciado as investigações sobre a compra de Pasadena. A empresa diz refutar "veementemente" a informação de que Graça tenha feito “qualquer movimentação patrimonial com intuito de burlar decisão do TCU”. .