Em campanha no interior para tentar conseguir, nas urnas, o aval do eleitor mineiro para ficar mais quatro anos no mandato, boa parte dos deputados estaduais parece não ter voltado ainda do recesso. Tanto que a tentativa de esforço concentrado para votar ontem, pela primeira vez desde a volta dos trabalhos, fracassou. Nem mesmo o projeto que destina R$ 54.353.521 em créditos adicionais para o Legislativo foi suficiente para garantir a presença necessária em plenário para apreciar o texto. Nas três semanas de agosto, a média de comparecimento foi de 30 deputados por sessão.
“Ficaram faltando quatro deputados, a gente precisava de 39 para apreciar os vetos. A turma vai lá, põe presença e sai. A gente até tentou chamar e a Presidência estava empenhada porque tinha uma suplementação para a Assembleia, mas não deu”, lamentou Luiz Humberto. O líder do governo reconheceu a dificuldade de reunir os deputados em razão da campanha, mas afirmou que há poucos projetos a serem trabalhados. “O pessoal está mais preocupado com as campanhas e não dá quórum, mas vamos chamar um novo esforço para quarta-feira que vem”, disse.
Designados A reunião de ontem foi tomada pela discussão em torno da proposta de emenda à Constituição apresentada terça-feira por deputados governistas com o objetivo de efetivar, de novo, cerca de 80 mil designados da educação mineira. Deputados de oposição acusaram a base de apresentar uma medida sem segurança jurídica suficiente. “Nosso receio é de que a mera apresentação da PEC levante uma expectativa que depois não seja atendida e soe como medida eleitoreira. Não queremos incorrer no mesmo erro da situação originária que levou o STF a declarar a Lei 100 inconstitucional”, afirmou o deputado André Quintão (PT). O parlamentar cobrou discussão com os professores e análise jurídica para embasar a proposta. Para o PT, poderia ser avaliada outra sugestão, a realização de um concurso, dando pontuação para os que foram designados do estado pelo tempo de serviço e experiência.
Já o deputado Zé Maia (PSDB) argumentou que os deputados têm a prerrogativa de adequar as situações para o bem da sociedade. “Se o Supremo entendeu que a Lei 100 é inconstitucional, vamos mudar a Constituição”, afirmou.