Investigadores informaram que Fernando Sarney, filho mais velho do senador José Sarney (PMDB-AP), mantém ligações próximas e é sócio de PG em alguns negócios, mas não está entre os suspeitos.
A operação foi baseada em Teresina (PI) e se estendeu para o Maranhão e São Paulo, onde Guimarães depôs. Outros 12 investigados foram ouvidos pela PF. A apuração mira, ainda, a prática de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro em associação criminosa.
Foram realizadas buscas e apreensões de computadores e documentos em escritórios de empresas do grupo e na residência de PG e de uma filha dele. A Sorte Grande mobilizou 85 policiais federais, além de 18 auditores e quatro analistas tributários da Receita Federal.
Segundo a PF, as investigações, que tiveram início em 2006, demonstraram que o grupo utilizou-se de laranjas e de offshores sediadas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas para realizar "sucessivas mudanças nos quadros societários das empresas devedoras do fisco para afastá-las de seus verdadeiros proprietários".
A PF constatou que por meio desse expediente Guimarães promoveu uma verdadeira "blindagem patrimonial".
O esquema desmontado pela Sorte Grande teria transferido ativos para novas pessoas jurídicas, também constituídas com laranjas e offshores, deixando as devedoras "desmontadas", apenas com as dívidas.
Os investigadores destacam que, para evitar o efetivo pagamento dos débitos tributários e impedir que o esquema fosse descoberto, os suspeitos aderiram a programas de recuperação fiscal, no âmbito da Receita, arrolando, em garantia, bens de baixo custo - cadeiras e aparelhos de ar-condicionado -, conseguindo, assim, parcelar os valores devidos, "cujo pagamento integral nunca será concretizado".
'Grande equívoco'
O advogado Jurandir Porto, que defende Guimarães, reagiu às suspeitas. "Guimarães prestou depoimento e saiu (da PF). Foi apenas uma condução para esclarecimentos. Tudo é hipotético, sem provas.