Jornal Estado de Minas

Kalil renuncia a candidatura e diz que não nasceu para a política

O presidente do Atlético disse que prefere ser lembrado por sua atuação como dirigente do que na vida política

Marcelo Ernesto Juliana Cipriani

Alexandre Kalil, justificou a desistência dizendo que ele não nasceu para a política - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press


O presidente do Atlético, Alexandre Kalil, desistiu de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Em coletiva na tarde desta quinta-feira, o dirigente disse que a decisão foi tomada após o tema ser discutido com a família. Ele negou que tenha abdicado de concorrer para evitar puxar votos para Marina Silva, que assumiu o lugar de Eduardo Campos na chapa, após a morte do socialista em um acidente de avião na semana passada. “Não teve nada com Marina , Aécio, nada. O único que liguei para dar satisfação foi o professor Anastasia. Ninguém manda em mim. Coisa que reuni com meus filhos. Não tem a menor sacanagem nisso, foi algo que eu e meus três filhos resolvemos.
Eles têm orgulho de serem filhos do presidente do atlético, mas não do deputado federal”, esclareceu.

Durante a coletiva, o atleticano disse que se sentia feliz por estar abandonando a política. “Chamei a todos porque acho importante que a torcida do atlético saiba que hoje eu sou um cara tão feliz, tão alegre, porque não serei mais candidato a deputado federal. Me dá alivio muito grande, tranquiliza, leveza no coração, não nasci para ser político, nasci para ser presidente do atlético”, disse.

Sem deixar claro se deixará ou não o partido, ele afirmou que não havia comunicado oficialmente a legenda sobre a desistência. “Nada neste partido me interessa. O que me interessava caiu de avião. Nem piso no partido”, afirmou. Segundo Kalil, as únicas lideranças que ele ligou para informar de sua decisão foi o o ex-governador de Minas e os incentivadores de sua candidatura. “Quero deixar meu agradecimento ao prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o Eduardo que veio me filiar. Fiquei muito abalado com a morte dele”, contou. Sobre Marina Silva, o dirigente não quis polemizar. “Eu acho ela bacana”.


Ainda sobre sua saída, Alexandre Kalil disse pretende cultivar a imagem de dirigente e que não gostaria de ver seu nome associado a memória dos atleticanos pela política. “E como não rebaixei o atlético no fatídico 2011 não vou me rebaixar a ser político também. Temos que focar, não quero levar nada deste clube, quero levar o carinho e o amor do atleticano. Não quero levar 400 mil que iam votar em mim, segundo alguns falavam, e, sim, milhões de atleticanos”, analisou.

Antes da desistência de hoje, Kalil tinha afirmado que não concorreria mais à vaga de deputado federal, após seu partido, o PSB, lançar o nome do ex-prefeito de Juiz de Fora, na Zona da Mata, Tarcísio Delgado, para concorrer ao governo de Minas. Apesar de ter revisto sua posição a época, o atleticano faz coro com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), na dissidência e decidiu endossar as candidaturas dos tucanos. “Chamei a todos porque acho importante que a torcida do atlético saiba que hoje eu sou um cara tão feliz, tão alegre, orque não serei mais candidato a deputado federal. Me da alivio muito grande, tranqüiliza, leveza no coração, não nasci para ser político, nasci para ser presidente do atlético"

Apesar da aversão à política demonstrada nesta quinta-feira, em 2010, o presidente do Atlético, declarou apoio a Aécio Neves (PSDB), que na época concorria ao Senado, e a Antônio Anastasia (PSDB), que tentava se reeleger ao governo de Minas.

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