Jornal Estado de Minas

Metrô volta ao debate dos candidatos ao governo de Minas

Candidatos a governador voltam a trocar farpas em relação ao trem da capital

Bertha Maakaroun - enviada especial Isabella Souto
O modal de transporte voltou a ser discutido pelos candidatos - Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - Victor Schwaner/Nitro

Há décadas alvo de embates nos processos eleitorais, o metrô de Belo Horizonte continua no centro da pauta e é mote para mais um jogo de empurra entre os governos federal e do estado. Depois de a presidente Dilma Rousseff (PT) ter declarado na véspera, mais uma vez, que a linha 3 – Lagoinha/Savassi – não avançou porque o governo de Minas teria apresentado um projeto incompleto, não apenas os candidatos a governador do estado voltaram a discutir o tema ontem, como também o Palácio Tiradentes tratou de dar a sua versão.


“Eu me surpreendo com a presidente da República vir aqui para faltar com a verdade com os mineiros. É grave, pois o metrô sempre foi de responsabildiade do governo federal e vir agora querer mudar essa realidade fica muito ruim para ela”, afirmou o tucano Pimenta da Veiga. Segundo ele, se de fato o governo federal quisesse expandir o metrô de BH, não precisaria de um novo projeto. “A linha 2, do Barreiro, tem projeto pronto há muitos anos. Se quisesse ter construído, poderia ter construído pelo menos essa linha”, afirmou, acrescentando ficar “entristecido” e incomodado quando “tentam fazer o mineiro de bobo”.

Da mesma forma, o governador Alberto Pinto Coelho (PP) afirmou, em nota, que, nos últimos 12 anos, o governo federal não implementou nenhuma obra de expansão.

Segundo ele, só em abril de 2013, depois de aceitar no ano anterior a colaboração do governo de Minas, que o governo federal assinou o convênio para liberação dos recursos. “A parte que cabia ao governo de Minas Gerais foi cumprida e está sendo concluída no tempo adequado”, assinalou o governador. Informou ainda que os projetos da linha 3 foram entregues em maio à Caixa, que solicitou detalhamento de parte dos dados, “prática comum em projetos de tamanha complexidade”.

O candidato do PT, Fernando Pimentel, rebateu as críticas e afirmou que a transferência de responsabilidades é uma prática adotada pelo governo mineiro. “Eles é que costumam transferir frequentemente a responsabilidade dos problemas de Minas para o nível federal”, reclamou o petista, que ontem se reuniu com taxistas em Belo Horizonte. De acordo com Pimentel, já seria de conhecimento público que os recursos destinados para a Linha 3 do metrô foram liberados pelo governo federal e bastaria apenas a apresentação do restante do projeto.

O petista ressaltou, ainda, a importância da sinergia entre presidente da República, governadores e prefeitos, especialmente nos programas sociais voltados para a população de baixa renda. “O estado tem que ajudar nos cadastros, nas regiões de renda mais baixa e onde os municípios têm orçamento menor.”

Site

Sobre o lançamento, ontem, de um site em que declarações feitas por ele são classificadas de mentirosas, Pimentel disse ser “lamentável” esse tipo de campanha feita pelo adversário – sem citar nomes. De acordo com ele, esse não é o tipo de debate esperado pelos eleitores. A assessoria jurídica da coligação encabeçada por ele vai examinar que tipo de medidas jurídicas poderá adotar para retirar o site do ar e punir os responsáveis. À noite, o candidato do PT recebeu o apoio do frei Leonardo Boff, que, em evento no Teatro Izabella Hendrix, declarou que vai votar na presidente Dilma.

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