Há décadas alvo de embates nos processos eleitorais, o metrô de Belo Horizonte continua no centro da pauta e é mote para mais um jogo de empurra entre os governos federal e do estado. Depois de a presidente Dilma Rousseff (PT) ter declarado na véspera, mais uma vez, que a linha 3 – Lagoinha/Savassi – não avançou porque o governo de Minas teria apresentado um projeto incompleto, não apenas os candidatos a governador do estado voltaram a discutir o tema ontem, como também o Palácio Tiradentes tratou de dar a sua versão.
Da mesma forma, o governador Alberto Pinto Coelho (PP) afirmou, em nota, que, nos últimos 12 anos, o governo federal não implementou nenhuma obra de expansão. Segundo ele, só em abril de 2013, depois de aceitar no ano anterior a colaboração do governo de Minas, que o governo federal assinou o convênio para liberação dos recursos. “A parte que cabia ao governo de Minas Gerais foi cumprida e está sendo concluída no tempo adequado”, assinalou o governador. Informou ainda que os projetos da linha 3 foram entregues em maio à Caixa, que solicitou detalhamento de parte dos dados, “prática comum em projetos de tamanha complexidade”.
O candidato do PT, Fernando Pimentel, rebateu as críticas e afirmou que a transferência de responsabilidades é uma prática adotada pelo governo mineiro. “Eles é que costumam transferir frequentemente a responsabilidade dos problemas de Minas para o nível federal”, reclamou o petista, que ontem se reuniu com taxistas em Belo Horizonte. De acordo com Pimentel, já seria de conhecimento público que os recursos destinados para a Linha 3 do metrô foram liberados pelo governo federal e bastaria apenas a apresentação do restante do projeto.
O petista ressaltou, ainda, a importância da sinergia entre presidente da República, governadores e prefeitos, especialmente nos programas sociais voltados para a população de baixa renda. “O estado tem que ajudar nos cadastros, nas regiões de renda mais baixa e onde os municípios têm orçamento menor.”
Site
Sobre o lançamento, ontem, de um site em que declarações feitas por ele são classificadas de mentirosas, Pimentel disse ser “lamentável” esse tipo de campanha feita pelo adversário – sem citar nomes. De acordo com ele, esse não é o tipo de debate esperado pelos eleitores. A assessoria jurídica da coligação encabeçada por ele vai examinar que tipo de medidas jurídicas poderá adotar para retirar o site do ar e punir os responsáveis. À noite, o candidato do PT recebeu o apoio do frei Leonardo Boff, que, em evento no Teatro Izabella Hendrix, declarou que vai votar na presidente Dilma.