Kalil negou que sua decisão tenha qualquer ligação com a mudança do PSB no plano nacional, que teve a candidatura do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo, substituída pela da ex-senadora Marina Silva. O empresário disse considerar a presidenciável um nome “bacana” e que “transmite honestidade”. O agora ex-candidato disse ter conversado com seus filhos e apurado que eles não se orgulhariam de ter um pai político. Além disso, ressaltou que o cargo não lhe daria a caneta na mão para fazer nada. “Resolvi que, como eu não rebaixei o Atlético naquele fatídico 2011, não vou me rebaixar a deputado também. Isso me dá um alívio muito grande, porque eu não nasci para ser político”, afirmou.
Nos bastidores, houve especulações de que a saída de Alexandre Kalil do cenário teria sido para evitar que o empresário ajudasse na candidatura de Marina Silva e, assim, complicasse a votação do senador Aécio Neves (PSDB) em Minas.
Kalil não ligou para comunicar a decisão a ninguém do partido pois, disse, está “se lixando” para ele. Apenas agradeceu ao prefeito Marcio Lacerda e disse estar abalado com a morte de Eduardo Campos, que, segundo ele, era o único que importava para ele no PSB. “Nada neste partido me interessa. O que me interessava caiu de avião. Eu nem piso no partido. Estou me lixando para esse partido”, afirmou.
No dia em que a legenda decidiu lançar a candidatura de Tarcísio Delgado ao governo, no fim de junho, Kalil disse que não concorreria a cargo nenhum. Uma semana depois, lançou-se de novo candidato, dizendo ser a pedido de Marcio Lacerda. Em seguida, registrou a requisição da candidatura no Tribunal Regional Eleitoral.
Considerando-se um cabo eleitoral de peso, Kalil disse que vai escolher alguém para “representar o Atlético” na campanha e anunciar o nome depois. Ele condenou o fato de partidos como PT, PSDB e PSB não terem feito nada para desbloquear recursos do time de futebol. “Vamos escolher um representante este ano e, na hora que escolher, vou falar quem é”, afirmou.
Hoje com apenas dois deputados federais, o PSB contava com os prováveis votos de Kalil para fazer uma bancada de quatro cadeiras.
O presidente do partido em Minas, deputado federal Júlio Delgado, minimizou o prejuízo e disse que o partido tem outros puxadores de voto, sem especificar quais são. Ele disse não falar com Kalil desde o dia da convenção do PSB e afirmou que a saída dele em nada prejudica a campanha de Marina Silva. “O Kalil filiou-se, não ia ser candidato, depois chamou a imprensa para falar que era, e agora não é de novo. Não há crise nenhuma, nossa única crise é financeira, de arrecadação.