Sorocaba - Integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), que reúne movimentos de luta pela terra, farão uma marcha entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro, no interior de São Paulo, em defesa da reforma agrária. De acordo com o líder José Rainha Júnior, duas colunas com 600 camponeses cada uma sairão em marcha simultânea em direção a Presidente Prudente, no Pontal do Paranapanema.
Ele conta que, em fevereiro deste ano, a superintendência paulista do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assinou convênio com a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) no valor de R$ 72 milhões para arrecadar 17 mil hectares de terras devolutas no Pontal do Paranapanema e destiná-los à reforma agrária. "Daria para assentar quase mil famílias, mas o ano está acabando e não houve qualquer ação para isso", disse.
Um dos grupos de manifestantes partirá de Presidente Venceslau, seguindo pela rodovia Raposo Tavares, e o outro sai de Iepê, que fica do lado oposto. A rodovia ficará parcialmente bloqueada durante os três dias de marcha. A concentração será na Praça da Catedral, no centro de Presidente Prudente.
Em nota, o Incra-SP informou que a obtenção de áreas por meio do convênio de reversão de terras depende do interesse de proprietários em firmar acordos financeiros para a destinação de suas áreas à reforma agrária. Até esta sexta-feira, 22, segundo o Incra, o Itesp apresentou ao Incra uma área que está sob análise. Já o Itesp informou que apresentou duas áreas com propostas de acordo ao Incra e cabe ao órgão federal viabilizar os acordos e fazer os pagamentos. Segundo o Itesp, foram implantados 95 assentamentos estaduais no Pontal do Paranapanema desde 1984.