Há dúvidas sobre quem era o proprietário do jato Cessna Citation, que caiu em Santos. E uma decisão do staff jurídico nesse sentido adiará para novembro a revelação dos detalhes do acordo que permitiu a Eduardo Campos usar o avião na campanha. Mas ministros do TSE e técnicos do tribunal afirmam que mesmo com a morte de Eduardo Campos os dados têm de ser encaminhados ao tribunal até o próximo dia 2, quando todos os candidatos deverão apresentar a segunda prestação de contas parcial.
Apesar de essa ser a regra, um eventual descumprimento do prazo não deverá levar o TSE a punir o PSB. O máximo que poderá ocorrer é o Ministério Público Eleitoral reclamar da demora. E o tribunal, em seguida, poderá determinar ao partido que apresente as contas parciais. Pela legislação eleitoral brasileira, as campanhas têm de informar as receitas e despesas em três oportunidades à Justiça Eleitoral. A primeira prestação de contas teve de ser entregue ao TSE até o dia 2 de agosto.
De acordo com informações de técnicos do TSE, na primeira prestação parcial de contas da campanha de Eduardo Campos não existe nenhuma menção a gastos com aluguel de aeronave nem com compra de combustível para avião. Também não há informação sobre empréstimo de aeronave. Foi informado apenas gasto de R$ 127 mil com aquisição de passagens aéreas. Uma resolução aprovada em fevereiro deste ano pelo TSE estabelece que, se o candidato morrer, a obrigação de prestar contas, referente ao período em que realizou a campanha, será de responsabilidade de seu administrador financeiro ou, na sua ausência, "no que for possível", da respectiva direção partidária. Além disso, a resolução estabelece que "os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas e jurídicas devem constituir produto de seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens permanentes, deverão integrar o patrimônio do doador".
É provável que isso provoque vários debates no TSE quando as contas forem julgadas e forem revelados os detalhes do uso do avião acidentado. A reportagem entrou em contato com o comitê de campanha de Eduardo Campos-Marina Silva, mas ninguém se manifestou até o início da noite desta sexta-feira..