Dilma desembarcou em Porto Alegre para reforçar os laços de consanguinidade e ajudar o governador petista Tarso Genro, que enfrenta uma eleição duríssima contra a senadora Ana Amélia (PP-RS). A presidente também voltou a admitir uma falha governamental – o acesso às especialidades médicas – ao falar sobre a contratação de 14,4 mil profissionais do Programa Mais Médicos para dar assistência básica a 50 milhões de pessoas. “Ainda temos de dar muitos passos para criar um sistema de saúde de qualidade; temos de enfrentar o processo de acesso às especialidades, ao médico do coração, ao médico do pulmão, aos exame laboratoriais”, ressaltou ela.
Mesmo assumindo responsabilidades e reconhecendo que ainda há muito mais a ser feito em termos de investimentos, Dilma provocou os tucanos ao afirmar que não há como comparar o que foi feito nos governos dela e de Lula com o que aconteceu durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. “Nós fizemos, quem não fez não pode se comparar conosco”, desafiou a presidente.
A candidata petista afirmou que, antes de o PT chegar ao poder, o Brasil “quebrou três vezes” e não tinha reservas internacionais suficientes para sustentar o país durante as turbulências financeiras.
A presidente, que durante o horário eleitoral veiculado ontem teve ressaltado, além da capacidade gerencial, o lado humano, ao falar das estripulias feitas pelo neto Gabriel no Palácio da Alvorada, disse que a Copa do Mundo foi um sucesso fora do campo, apesar da retumbante derrota por 7 a 1 diante da Alemanha. E cobrou otimismo dos presentes. “Nós acreditamos no Brasil dentro da cadeia, sendo torturados. Acreditar no Brasil e na democracia é obrigação do cidadão brasileiro”, conclamou.
Dose dupla
Treze partidos que integram o comitê de apoio à reeleição dela participaram ontem do encontro da presidente Dilma Rousseff com 108 prefeitos e 67 vices no Rio Grande do Sul. Foi o segundo encontro da candidata do PT com gestores municipais durante a campanha eleitoral. Há três semanas, em Montes Claros (MG), Dilma reclamou dos dirigentes de cidades “que não valorizam” as realizações do governo, especialmente as ações de combate à seca na região. Ontem, Dilma afagou os dirigentes municipais dizendo que a maioria dos programas sociais do governo, como o Bolsa-Família e o Minha Casa, Minha Vida, não seria viável sem o apoio das prefeituras. Para tentar mostrar proximidade com os administradores e rebater críticas de que não os recebe – como ocorreu na Marcha dos Prefeitos a Brasília este ano – ela afirmou que, no passado, eles eram recebidos pelo governo federal
“com a polícia e com cachorro na rua”.