Brasília – São 12 milhões de pessoas que, juntas, em uma corrida à Presidência da República cada vez mais acirrada, podem decidir a eleição.
A indecisão no pleito atual está no mesmo patamar que na eleição presidencial passada, em 2010, e maior que na disputa de 2006, quando havia 7% de indecisos na primeira quinzena de agosto. Desencanto com a política, discursos muito semelhantes por parte dos candidatos e palanques locais que serviam de orientação para o voto de presidente hoje rachados são alguns dos fatores que explicam o nível de indecisos beirando os 10%.
Sociólogo, cientista político e professor de marketing político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rodrigo Mendes explica que há dois perfis preponderantes dentro do universo dos indecisos. “Os que se manterão completamente alheios e muito provavelmente acabarão anulando o voto e os que resolverão de última hora”, diz. Decifrar esse último grupo é a tarefa dos analistas de cada campanha presidencial.
“Uma fatia desse eleitor é o do chamado voto contra.
Ele aponta que a confusão dos grupos políticos locais, em consequência de alianças incoerentes, fez palanques tradicionais racharem, aumentando ainda mais o nível de indecisão do eleitor, antes guiados pelas coligações. “Devido a essa bagunça, você vê nas ruas pessoas escondendo símbolos históricos de determinadas campanhas, trocando cores reconhecidas pela população”, afirma. O cenário se torna propício, portanto, para uma reviravolta significativa devido a temas tão específicos quanto polêmicos, a exemplo de aborto ou redução de maioridade penal.
Persuasão reduzida Embora os partidos gastem milhões de reais na produção da propaganda eleitoral gratuita e na preparação para debates na televisão, esses canais têm poder limitado de convencimento dos indecisos. “Debates estão cada vez mais engessados. São muito longos e a audiência começa alta e vai caindo. Quem assiste é geralmente o eleitor que já tem candidato”, aponta Mendes. O horário eleitoral gratuito, por sua vez, ressalta o especialista, tem impacto na reta final da campanha. “Porque vem a pressão de ter que tomar a decisão.”
Ferramenta das mais recentes nas campanhas, as redes sociais dividem a opinião dos especialistas quanto à capacidade de angariar votos. “Os candidatos têm uma estrutura grande de internet porque sabem do poder de alcance”, afirma Mendes. Para Machado, embora seja indiscutível a importância da web, o espaço não é aproveitado como deveria. “Nos Estados Unidos, são feitos debates, apresentação de ideias, pela internet.
.