São Paulo - Segurança pública foi o tema que mais opôs nesta segunda-feira os principais candidatos ao governo de São Paulo, no segundo debate em dois dias. Ao contrário do programa de sábado à noite, exibido pela TV Band, o encontro transmitido pelo SBT, em parceria com o jornal Folha de S.Paulo, portal UOL e Rádio Jovem Pan, contou com a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição que se recupera de uma infecção intestinal.
O debate começou com uma pergunta de Walter Ciglioni, do nanico PRTB, a Alckmin. Na pergunta, Ciglioni fez críticas ao governo federal por sua política de combate às drogas e segurança nas fronteiras, o que deu ao tucano a oportunidade de fazer o mesmo em relação à gestão petista, além de exaltar projetos de seu atual mandato. Em sua vez de perguntar, o governador repetiu uma estratégia já utilizada na campanha de 2010 e evitou se dirigir aos principais adversários. Alckmin tentou fazer uma “dobradinha” com Ciglioni, mas foi avisado pelos organizadores do debate de que isso não era possível.
A segunda opção foi outro nanico. Laércio Benko (PHS) foi menos cordial com o governador e trouxe o debate de volta às questões estaduais. Ao responder à pergunta de Alckmin sobre mobilidade urbana, Benko, que é calvo, atacou o que chamou de “lentidão” do governo no setor: “Eu ainda tinha cabelo quando começou a obra do Rodoanel, e ela ainda não acabou”, ironizou. Ele disse ainda que a expansão do Metrô acontece em ritmo “muito lento”.
Na réplica, Alckmin enumerou obras em andamento: “Estamos entregando a Linha 4 do Metrô, a Linha 5 está toda em obra, a Linha 6 já está começando. Assinamos linha para São Bernardo do Campo.”
Polícia em pauta
No segundo bloco, os candidatos responderam a perguntas feitas por jornalistas, o que fez esquentar o clima. Alckmin foi questionado se sancionará a lei, aprovada pela Assembleia Legislativa, que proíbe o uso de máscaras em manifestações. “Somos contrários a qualquer tipo de máscara”, afirmou Alckmin. “Uma coisa é manifestação, outra é violência, é baderna, e a polícia de São Paulo é firme sobre isso.” Ao comentar a resposta, Skaf disse que o governador não explicou por que, passados dois meses, não sancionou a lei. “Eu sancionaria na hora.” Alckmin rebateu - “Deixei claríssimo que a lei será sancionada” - e emendou uma crítica ao adversário do PMDB e a seu partido. “O candidato Skaf fala muito sobre segurança pública. É bom lembrar que assumimos o governo vindo do partido dele”, disse. “Na época do Fleury a polícia não tinha dinheiro para gasolina e o índice de homicídios era 30 (casos) por 100 mil (habitantes). Hoje é 10 por 100 mil.”
Na pergunta seguinte, Skaf começou sua resposta retrucando o tucano. “Eu gostaria de dizer ao Alckmin que o maior índice de homicídio foi no tempo em que ele era vice-governador do (Mário) Covas”, afirmou. O comentário ficou a cargo de Padilha, que também se voltou contra Alckmin e a alta nos crimes contra o patrimônio. “Eu criei o Mais Médicos e o governador criou o ‘Mais Roubos’.” Em seguida, o petista criticou o tucano pela crise hídrica e disse que não adotará o racionamento, se for eleito. No bloco seguinte, Alckmin e Padilha travaram novo embate, agora sobre educação. “O governo do Estado é o único do Brasil que investe 30% do orçamento em educação”, disse o tucano.