A candidata à reeleição à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) voltou a defender, nessa segunda-feira, a realização de uma consulta popular para tratar da reforma política, que inclui temas como o financiamento público de campanha e maior moralidade nos processos eleitorais e de governo. No auge dos protestos que tomaram as ruas das principais cidades do país, em junho do ano passado, Dilma também fez essa proposta, que acabou não sendo referendada pelo Congresso Nacional.
“É oportuno que se faça isso [a reforma política] para ter mais transparência e mais
Dilma abordou o tema após ter recebido dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Palácio do Planalto, antes de conceder a entrevista. Os dois conversaram sobre um projeto de lei de iniciativa popular sobre a reforma política escrito pela CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil e várias outras entidades.
“Acredito que o que nós temos que fazer é mobilizar toda a sociedade para que apresente suas propostas e submeter depois isso [as propostas] a uma forma de organizá-las e discutir ou em um processo de plebiscito, mas certamente com consulta popular, porque senão ninguém terá força para aprovar uma reforma política”, completou.
Dom Raymundo disse que, de 1º a 7 de setembro, a CNBB vai intensificar a coleta de assinaturas para o projeto e para uma proposta de uma Constituinte Exclusiva do Sistema Político. O objetivo é recolher 1,5 milhão de assinaturas em todo o Brasil para que o projeto possa tramitar no Congresso Nacional. A CNBB promove, no próximo dia 16, um debate com os candidatos à Presidência em Aparecida (SP). O arcebispo disse que também já se reuniu com os candidatos Aécio Neves (PT) e com Marina Silva (PSB).
Sobre o episódio em que uma moradora do sertão da Bahia recebeu uma prótese dentária um dia antes de gravar imagens para seu programa eleitoral na última quinta-feira (21), a candidata classificou-o de lamentável. Segundo Dilma, a trabalhadora rural Marinalva Gomes Filha recebeu a prótese por meio de um dos programas do governo federal, o Brasil Sorridente. “Ali, em um município próximo a Batatinha tem uma unidade do Brasil Sorridente, lá tem o laboratório de prótese. O lamentável é que tenha dado para ela um dia só antes da minha chegada. Tinha a obrigação de quando ela recebesse o Bolsa Família, ela também recebesse [a prótese], porque essa é a parceria [com a prefeitura]”, explicou. “Não tem hoje no Brasil essa história de que é uma benesse uma pessoa receber uma dentadura, benesse coisa nenhuma: é uma obrigação do Estado”.
Com Agência Brasil