O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira, na série 'Entrevistas Estadão', que anunciou o nome do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como seu ministro da Fazenda, caso seja eleito, para dar tranquilidade e sinalizar o que pretende fazer na economia, que é fazer o Brasil voltar a crescer.
Aécio falou também sobre Banco Central em seu eventual governo. Evitou citar nomes que poderiam compor a autoridade monetária, mas garantiu que a instituição terá autonomia operacional, caso seja eleito presidente. Segundo ele, o fundamental é que o BC tenha independência operacional. "Se haverá ou não lei sobre isso é secundário", afirmou.
Indagado sobre quando o ex-presidente FHC participará de seu horário eleitoral, ele disse que tem o privilégio de ter o ex-presidente a seu lado. "Quem achar que isso faz bem, vote em mim, quem não achar, não vote", disse.
Bomba
Ele disse também que vai ter uma política fiscal totalmente transparente e classificou a do atual governo como "uma peça de ficção". Segundo ele, é preciso dar transparência à equipe econômica. "Não sei quais bombas relógios o governo deixou armadas", disse ele, evitando falar qual seria sua meta para o superávit primário. Aécio afirmou que é importante deixar um superávit, mas seria precipitação dizer o montante. "Grande parte da perda de credibilidade vem da pouca transparência dos dados oficiais."
O presidenciável tucano voltou a dizer que a Petrobras e a Eletrobras estão frequentando hoje as páginas policiais da imprensa, em vez das páginas de economia. E defendeu a necessidade de repensar a matriz energética brasileira, dando prioridade a outras fontes de energias alternativas, como a eólica e a biomassa. O tucano disse que, assim como na Petrobras, é preciso ver os sérios problemas administrativos na Eletrobras.
Bolsa Família
O candidato afirmou também que o programa atual do governo da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff para o Nordeste "se resumiu ao Bolsa família". O tucano disse ainda o programa é importante, mas precisa ser ampliado e criticou a forma de cadastro das famílias. "O cadastro do Bolsa Família é uma caixa preta. Queremos dar transparência a isso", disse.
O tucano disse ainda que vai continuar as obras "inacabadas" pelo governo Dilma na região Nordeste. Ele citou a transposição do São Francisco. "A política da presidente Dilma para o Nordeste também foi fracassada", afirmou.
Aécio afirmou ainda que suas propostas são factíveis do ponto de vista orçamentário. "Se alguém tem autoridade para falar de responsabilidade fiscal sou eu. Esse é o governo do desperdício e da ausência de prioridades claras. Nossas propostas são factíveis, vamos fazer o Brasil voltar a crescer", disse.