Permanecendo o patamar do primeiro semestre, a diretoria da Petrobras terá respondido por um gasto de R$ 16 milhões em 2014, o maior patamar histórico, 35% superior aos R$ 11,84 milhões do ano passado. Os números mostram que o crescimento da remuneração dos diretores da estatal ultrapassou em 11 vezes a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os R$ 8 milhões destinados aos diretores são classificados no relatório trimestral como remuneração de curto prazo. Por meio de sua assessoria de imprensa, a estatal esclarece que a cifra "contempla salários, benefícios, remuneração variável e encargos." Estão aí inseridos os desembolsos da empresa por adicional de férias, bônus por desempenho e remuneração variável anual (RVA). A empresa justifica ainda que, de março deste ano a abril de 2015, foi incluída na remuneração dos administradores os encargos recolhidos para fins de FGTS (8%) e Previdência Social (20%), que representaram acréscimo de 3,68% nos ganhos, em comparação a igual período do ano passado.
Em nenhuma outra subsidiária da petroleira os aumentos foram tão fortes quanto na diretoria da controladora. Para o conjunto dos administradores da empresa, o reajuste foi de 10,5%, considerando os primeiros semestres de 2013 e 2014. Os gastos com o pagamento a administradores, nesse caso, passaram de R$ 29,5 milhões para R$ 32,6 milhões.
A realidade da Petrobras difere da média do mercado.
Em setembro, será a vez dos funcionários negociarem aumentos de salários. O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, afirma que irá analisar o motivo do aumento das remunerações dos diretores neste ano para, talvez, utilizar essa informação como barganha na negociação por reajuste do corpo técnico da petroleira. Segundo Moraes, é possível que os ganhos dos diretores sejam justificados por aumentos represados durante a crise econômica. Em 2013, o reajuste dos funcionários da Petrobras foi de 8%..