Em um discurso de mais de meia hora, durante a posse de recondução da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, rebateu com firmeza críticas dirigidas contra a condução da política energética no governo Dilma Rousseff. "Certos analistas se anteciparam (em 2013) em fazer prognósticos catastróficos de apagão. Essa situação não se confirmou diante da robustez do sistema", afirmou.
No final de julho, ainda ao lado de Eduardo Campos, Marina afirmou que "hoje temos um ministro de Minas e Energia que não entende nada de energia". "Eu sei que ela disse isso. Esse é o conceito dela, não é o meu. Os fatos não demonstram isso (crise energética e técnica) e se eles não demonstram é porque é o contrário", rebateu Lobão.
O ministro avaliou a política energética da gestão do PT como eficiente para evitar a repetição do apagão de 2001. "Houve um racionamento há pouco mais de dez anos, que ninguém desejou, mas que veio pela imposição daquele momento. O ministério tomou todas as providências para que aquele momento não se repetisse", disse.
Lobão rebateu ainda as previsões em relação à seca experimentada desde 2013, o que levou à ligação das usinas termelétricas em tempo integral, encarecendo a energia no País, argumentando que "as previsões catastróficas não se realizaram". "Eles (críticos) queriam que repetíssemos 2001. Dizem que não tivemos coragem para determinar o racionamento (apagão). Nós tivemos coragem para não determinar, porque não foi necessário", afirmou.
Segundo ele, o que garantiu o abastecimento foram os investimentos federais na última década, para aumentar em 60% a capacidade de geração de energia e a ampliação das linhas de transmissão em 54%, destacando a construção de 16 quilômetros de linhões de rede no governo Dilma. "Em 2018, após 15 anos de grandes investimentos, vamos dobrar a extensão do sistema de transmissão", afirmou.
Apesar dos números positivos, Lobão justificou que os últimos aumentos na conta de luz dos consumidores autorizados pela Aneel nos últimos dois meses foram "reajustes que visam dar sustentabilidade ao sistema".
O ministro afirmou ainda que novos leilões de contratação de energia serão realizados neste ano para aumentar a oferta no longo prazo.