O deputado André Vargas (sem partido-PR) apresentou nesta quarta-feira um recurso à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados contra o pedido de cassação de seu mandato.
No recurso, que tem cerca de 60 páginas, Vargas acusa o Conselho de cerceamento de defesa, falta de acesso aos autos do processo e fim antecipado do processo de instrução.
Sua cassação foi aprovada pelo colegiado na quarta-feira passada, 20. Ex-petista, ele é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar cerca de R$ 10 bilhões.
Para ser confirmada, a perda de mandato de Vargas precisará ainda ser votada pelo plenário da Casa, mas parlamentares consideram improvável que isso aconteça antes das eleições. O ex-petista não compareceu à reunião desta tarde.
A ligação de Vargas com Youssef veio a público quando foi revelado, no início do ano, que ele pegou carona em um jatinho do doleiro. Ele é apontado, ainda, nas investigações como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo com a PF, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro comandado por Youssef. O laboratório havia fechado uma parceria com a pasta para o fornecimento de remédios, operação desfeita após a investigação da PF. Vargas nega ter intermediado essa indicação.