A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nessa quarta-feira que não sabia de ilegalidades envolvendo o jato usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em acidente trágico há duas semanas. O avião está sendo investigado pela Polícia Federal, pois teria sido objeto de uma transação feita por meio de laranjas, não informada na prestação de contas do partido à Justiça Eleitoral. “Nós tínhamos a informação de que era um empréstimo, que seria feito o ressarcimento pelo comitê financeiro do candidato no prazo legal”, disse a candidata em entrevista do Jornal Nacional. “Não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião”, continuou, acrescentando que está aguardando “como todos os brasileiros”, que as questões sejam esclarecidas pela Polícia Federal. “E com todo o rigor. Não uso de dois pesos e duas medidas. A métrica, a régua com que meço os meus adversários é porque a uso em primeiro lugar comigo”.
Ao ser questionada sobre as diferenças entre ela e o seu candidato a vice da chapa socialista, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi um dos principais articuladores no Congresso para a aprovação da medida que permitiu o plantio da soja transgênica, a ex-ministra do Meio Ambiente: “Uma questão fundamental: nós somos diferentes. E a nova política sabe trabalhar na diferença. Há uma lenda de que sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade. Eu defendia o modelo de coexistência (entre transgênicos e não transgênicos). Infelizmente, não passou”, declarou.
Insistindo na ideia de “renovar a política”, Marina Silva voltou a prometer que, se eleita, não concorrerá a um segundo mandato. “Como presidente, quero que você me ajude a ser a primeira presidente que não vai buscar uma nova eleição porque não quero ter um mandato que comprometa o futuro das próximas gerações”, afirmou.
Indenização
A família de Eduardo Campos está procurando moradores de Santos (SP) que tiveram prejuízos com a queda do avião que matou o ex-governador e mais seis pessoas para dizer que pretende ressarcir os danos. Antonio Campos, irmão do ex-governador, esteve ontem na cidade litorânea com moradores que tiveram casas e propriedades atingidas pela aeronave. “Ele veio fazer uma visita de solidariedade, com objetivo de tranquilizar. Ele disse que ele e a família querem ressarcir os danos”, disse Benedito Juarez Câmara, dono de uma academia que ficou destruída. Câmara não tem seguro do imóvel.