Jornal Estado de Minas

Dilma faz campanha em restaurante popular

Vigiada por fiscais do TRE, Dilma não pediu votos nem fez discursos ou distribuiu panfletos

Estado de Minas
Rio de Janeiro – A presidente e candidata à reeleição pelo PT Dilma Rousseff enfrentou nessa quarta-feira um prato de arroz, feijão, salada, sobrecoxa de frango e abóbora no Restaurante Popular Getúlio Vargas, ex-presidente e ícone trabalhista, em Bangu, Zona Oeste da capital fluminense.
Caçava votos ao lado do anfitrião, o candidato do PR a governador, Anthony Garotinho. Mas, em respeito à lei eleitoral e vigiada de perto por fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), não pediu votos nem fez discursos ou distribuiu panfletos. Fez imagens para a propaganda eleitoral, liquidou a refeição em menos de 15 minutos e foi embora em meio a tumulto, blindada por seguranças e sem dar entrevistas, pouco mais de 50 minutos de ter chegado ao local.

“Ela gostou muito, disse que a ideia é maravilhosa e que vai levar para todo o Brasil", disse Garotinho, em entrevista no Estádio do Bangu, depois que a presidente deixou o local. Foi uma visita rápida. Repórteres, isolados em um balcão no segundo andar, a acompanharam de longe e de cima. Tensa, a assessoria da campanha chegou a cogitar permitir que fotógrafos e cinegrafistas só registrassem a chegada da candidata e, durante a refeição, ficassem do lado de fora.
Aparentemente, havia preocupação de evitar que a presidente fosse filmada enquanto comia. A mesa da presidente foi cercada por seguranças e fiscais do TRE, ilhados por eleitores que queriam falar com Dilma ou fazer selfies com a candidata.

Os fiscais explicaram que acompanharam a visita porque é proibido por lei discursar, pedir voto em prédio público ou associar de qualquer forma um candidato a uma obra. O restaurante popular, que serve refeições a R$ 1, com subsídio, foi construído na gestão de Garotinho à frente do Palácio Guanabara, para cerca de 3.800 pessoas por dia.

Reunião

À tarde, a presidente Dilma deu uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, informando que à noite se reuniria, na sede do governo, com o conselho político da campanha, integrado por representantes dos nove partidos da coligação que a apoia (PT, PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PCdoB e PRB). Segundo ela, o objetivo do encontro era discutir estratégias para a campanha. “Esta reunião de hoje é uma reunião muito mais colaborativa do que de cobrança, é uma reunião em que se constrói as estratégias e os caminhos de nossa campanha”, informou a presidente. Dilma não quis comentar a ascensão da candidatura de Marina Silva nas pesquisas, mas afirmou que a campanha está no começo e que “muita água ainda vai passar debaixo da ponte”..