Em crise desde o anúncio da candidatura do ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado ao governo de Minas, o PSB mineiro tem mais um desafio pela frente: conseguir reestruturar as chapas de deputados estaduais e federais. Sem apoio financeiro e alegando falta de espaço na propaganda eleitoral, um grupo de mulheres ameaçou esta semana abandonar as candidaturas em tensa reunião na sede do partido. As chances de sucesso nas urnas ficam ainda mais reduzidas com saída de campo do presidente do Atlético, Alexandre Kalil, que desistiu de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
A secretária-geral do PSB Mulher, Patrícia Caldas, confirmou o atrito, mas disse que ele foi solucionado por Júlio Delgado. “Foi colocado que o partido não vem recebendo recurso suficiente para as campanhas, então houve um questionamento, sim, não só das mulheres como dos homens, que gostariam de ter uma participação à altura do PSB”, disse. De acordo com a secretária, apesar das ameaças, não houve pedido oficial de retirada de candidatura. Hoje, 47 mulheres concorrem a deputada federal ou estadual pelo PSB.
Integrante da executiva, o vereador Daniel Nepomuceno, disse que o partido “não tem identidade desde a imposição de um candidato ao governo” e criticou o individualismo do presidente da legenda na condução em Minas. “O que está acontecendo é muito triste. No mesmo dia que se tem um crescimento no nível federal, no estado não se conseguem juntar 10 pessoas satisfeitas com a condução do PSB”, afirmou.
Júlio Delgado, afirmou que as divergências internas estão resolvidas e atribuiu os rumores de crise aos “recalcados”. Segundo o deputado, a desistência ficou restrita a Kalil e uma candidata. De acordo com ele, os candidatos não apareceram no programa eleitoral porque foi feita uma homenagem a Eduardo Campos. “Apareci sozinho mas não pedi voto para mim e o programa foi repetido porque a produtora não tinha recebido outro. Daqui para frente, os candidatos vão aparecer”, afirmou.