Ao falar sobre o novo cenário com o ingresso de Marina Silva (PSB) na corrida eleitoral, o dirigente afirmou que é preciso uma "descaracterização" de que a presidente é candidata apenas do PT, como forma de evitar o sentimento no eleitor de "desgaste de material".
"A primeira coisa que tem que se fazer é descaracterizar que Dilma é só candidata do PT. Dilma é candidata de uma aliança de 10 partidos. Todos temos responsabilidades nos acertos e nos erros. Há naturalmente depois de 11 anos e meio de governo um desgaste com alguns setores, que de alguma maneira tiveram prejuízos", afirmou.
Ele avalia que o sentimento de insatisfação de parte da população com o momento atual do país se deve a erros na comunicação do governo. "O governo perdeu nesse processo, nos últimos três anos e meio, a batalha da comunicação. E ele tem que aproveitar esses 40 dias de eleição para ganhar o segundo tempo da batalha da comunicação porque no primeiro ele perdeu, independente de Marina", disse.
Apesar de considerar os programas de TV de Dilma como "bons", para Lupi a campanha também tem que investir na apresentação de novas propostas aos eleitores. "Está se falando muito do que se fez, pouco do que vão fazer.
Ao comentar sobre o crescimento de Marina Silva nas pesquisas, Lupi recorreu à ironia. "Todo furacão acaba em brisa. Começa forte, destruidor, violento e acaba fragilizado. Acho que ela tem o teto que é o piso. Não acredito que ela vai muito longe dos 20%". Na última pesquisa Ibope, a candidata aparece em segundo lugar com 28% das intenções de votos. Dilma tem 34% e Aécio Neves (PSDB) 19%. O dirigente subiu o tom ao considerar que Marina representa um "fundamentalismo religioso".
"O Estado brasileiro pagou um preço alto quando se confundia Estado com a Igreja Católica. Não pode voltar a pagar um preço alto pelo fundamentalismo religioso. Em boa parte acho que ela representa isso", disse, para em seguida citar o episódio da morte de Eduardo Campos em acidente aéreo no início do mês. "Ela disse que foi a providência divina não estar no avião. Pode até ter sido.
Segundo ele, a desconstrução da imagem de Marina será feita nos Estados e por Dilma com base nas propostas que ela deve defender nos próximos dias de campanha. "O eixo que temos que trabalhar é nas contradições, fazer ela dizer o que pensa e as pessoas escolherem, ou não, por uma questão clara do que ela vai fazer se amanhã for presidente"..