A candidata a presidente da República, Marina Silva (PSB), fez nesta quinta-feira, 28, uma defesa enfática pela recuperação do etanol como combustível e criticou a política adotada pelo governo de sua adversária, Dilma Rousseff (PT), para o setor sucroenergético. "Setor (de etanol) será recuperado porque vocês (empresários) se ajustaram a acreditaram no governo", disse ela, para uma plateia de cerca de 200 empresários e representantes da cadeia produtora de açúcar e etanol na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), em Sertãozinho (SP).
Para a ex-ministra do Meio Ambiente, a crise do setor mostra que "há a descrença dos que acreditaram no governo e procuraram produzir com responsabilidades" social e ambiental, numa referência ao fato de o etanol ser considerado um combustível renovável. Entre as ações, Marina citou a mecanização da colheita da cana, com praticamente o fim da colheita manual, além do treinamento dado aos ex-cortadores para assumirem outras funções. "Olha o prêmio que receberam. O incentivo a uma matriz energética suja."
A candidata considerou o petróleo ainda como um mal necessário mas defendeu a saída da "idade do petróleo" com a busca de outras fontes de suprimento de energia que asseguram o desenvolvimento econômico social sem prejudicar a vida, neste caso, o etanol. "Assumo compromisso que essa é fonte de geração de energia e deve ser estimulada", afirmou.
Marina lembrou ainda da época em que fora ministra e procurou minimizar os embates que teve com o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, hoje presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açucar (Unica), principal entidade do setor sucroenergético. Segundo ela, quando ambos eram ministros foi feito um esforço para desmistificar, com o zoneamento da cana-de-açúcar, a tese de que havia produção de álcool na Amazônia.
A candidata lembrou ainda que quando era ministra o País crescia a 3%, 4% ao ano e o desmatamento caía 57%. "Hoje temos realidade de crescimento baixo com desmatamento crescendo 30%", concluiu.