O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira, 29, que o ministro Guido Mantega "não tem autoridade para questionar quem quer que seja", em resposta às críticas do ministro da Fazenda à gestão tucana na economia e ao seu principal colaborador econômico, o ex-presidente do BC Armínio Fraga.
"É triste que, num final de governo, um ministro da Fazenda entregue um quadro extremamente perverso ao povo brasileiro, de crescimento baixo, recessão a partir de hoje e inflação saindo do controle", destacou, voltando a afirmar que, em razão deste cenário, Mantega não tem autoridade para fazer tais críticas.
O candidato tucano criticou também o desempenho do PIB brasileiro, divulgado mais cedo pelo IBGE e que mostra uma contração de 0,6% da economia do País no segundo trimestre em relação ao primeiro. "Hoje é um dia triste para o Brasil, que acaba de entrar em recessão técnica: pelo segundo trimestre consecutivo temos um PIB negativo. O governo do PT terminou antes da hora."
Na sua avaliação, o legado da gestão petista será de crescimento e investimento baixos combinados com inflação e juros altos. "Há perda crescente da confiança da economia, com impacto nos investimentos e empregos", frisou.
Nas críticas a Mantega e ao governo do PT, o senador lembrou que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, ao assumir a Presidência da República, pegou uma inflação de 1.600% ao ano e a reduziu para 7%. Ele também rebateu as críticas feitas por petistas de que FHC entregou ao ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva uma inflação em alta. "Se a inflação aumentou para 12% no final de 2002 foi em razão do risco Lula", ironizou o candidato do PSDB.
Para Aécio, o governo do PT, principalmente a gestão atual de Dilma Rousseff, fracassou na condução da economia brasileira. "Por isso, o sentimento de mais de 70% dos brasileiros na busca de mudanças, e os maiores responsáveis por este sentimento de mudança são aqueles que conduziram mal a economia brasileira", disse, atacando mais uma vez a gestão de Guido Mantega no Ministério da Fazenda.