A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ) acusa quatro políticos do PR de abuso de poder político e econômico durante evento promovido em junho em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os réus são os vereadores de Caxias Serginho Corrêa (candidato a deputado federal) e Doutor Maurício (candidato a deputado estadual), o deputado federal Anthony Garotinho (candidato a governador do Rio) e o vereador do Rio de Janeiro Márcio Garcia (candidato a vice-governador na chapa de Garotinho).
Foi apreendido um ofício do vereador Serginho Corrêa, 1º secretário da Câmara Municipal, pedindo ônibus para transportar eleitores ao evento. Convites virtuais e outros registros na internet também são citados como provas da irregularidade. A reunião seria "com o nosso futuro governador Garotinho", segundo o convite.
Para a procuradora regional eleitoral substituta Adriana Farias, autora da ação, o abuso de poder econômico é evidenciado pelas quantias investidas no evento, como os aluguéis do ginásio, de dez ônibus e do sistema de som.
Os gastos conhecidos para essas locações e a compra de 200 fardos de garrafas de água mineral chegam a R$ 8.960. A investigação do TRE apontou ainda que cada participante receberia R$ 30. Havia mais de 2 mil pessoas no local.
A PRE considera que também houve abuso de poder político porque o vereador Serginho Corrêa usou sua condição funcional para beneficiar candidaturas. A ação cita como provas dessa irregularidade a expedição de ofício solicitando o transporte de eleitores e o fato de o contrato de locação de dez ônibus ter sido firmado por uma assessora legislativa do vereador.
Para a Procuradoria, embora a equipe do TRE tenha impedido a realização do evento, basta a utilização do poder econômico com abuso e a influência do poder político para ficar caracterizado o ilícito eleitoral. Consultado pela reportagem por meio de sua assessoria, Garotinho não havia se manifestado até as 18 horas.