O candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, afirmou ontem que, se eleito, vai assumir a expansão e a administração do metrô de Belo Horizonte. Segundo o tucano, a União foi omissa nas obras para ampliação do sistema de transporte ferroviário de passageiros na capital. “A partir do desinteresse do governo do PT, caberá ao próximo chefe do Poder Executivo estadual assumir o metrô.” Os recursos para o metrô, pela proposta do tucano, no entanto, continuariam sendo repassados pelo governo federal. “E aí, estabelecer de que forma isso pode ser feito. Então, tem que vir a responsabilidade do serviço e, evidentemente, têm que vir recursos. É preciso que o governo de Minas estabeleça essas formas de negociação, porque, se não, a região metropolitana fica sem metrô, e isso não é justo.”
Tucanos e petistas travam guerra em relação à expansão do sistema de trens da capital. O governo do estado afirma ter enviado o projeto para obras do metrô, no trecho Savassi-Lagoinha, em maio. A financiadora da obra, a Caixa Econômica Federal (CEF), no entanto, mandou de volta a documentação, alegando falta do orçamento. A linha deverá custar R$ 3,1 bilhões. Na última quinta-feira, o governo estadual enviou à Caixa a previsão de gastos cobrada pela Caixa. Em agenda de campanha ontem, o tucano fez uma rápida viagem no metrô. Tomou o trem por volta das 11h30 na Estação Central e seguiu até a Estação Santa Efigênia. Além de assumir o sistema de transporte ferroviário de passageiros, Pimenta da Veiga admitiu a possibilidade ainda de requisitar a transferência para Minas das estradas federais que cortam o estado.
O PT estadual rebateu, em nota, as declarações do adversário e afirmou que o candidato não sabe o que se passa em Minas Gerais. “Como o próprio Pimenta reconhece, para a efetiva liberação dos recursos, é necessária a apresentação do projeto. O próprio presidente da Metrominas admitiu, em meados de agosto deste ano, que o projeto do metrô de Belo Horizonte, que cria a Linha 3, foi devolvido pela Caixa por problemas na sua estruturação e falhas técnicas. No último dia 29, a Metrominas enfim anunciou o envio do novo projeto solicitado pela Caixa, que agora está sob análise da instituição.”
Começo
Pimenta da Veiga disse ontem que esse é o momento de “ativar” a campanha. “Começou hoje (ontem) o mês de setembro, que é sempre quando o nosso campo define as eleições. Esta semana vamos conversar com prefeitos, vereadores e deputados para ativar a campanha.” Pimenta afirmou que a campanha tentará conquistar os votos dos indecisos. “Metade do eleitorado ainda não se definiu, portanto, a eleição está começando agora”, avaliou. Pimenta disse que em setembro seu principal cabo eleitoral, o senador Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência da República, vai intensificar a presença em Minas Gerais. “(O parlamentar) deverá estar aqui sempre que o tempo permitir. Nesta semana ele virá”, afirmou. Pimenta disse que a eleição vive de fases. “E dentro de alguns dias estaremos em um patamar extremamente confortável”, afirmou.
Contas
Os candidatos e partidos políticos têm até esta terça-feira para entregar à Justiça Eleitoral a segunda prestação de contas com os gastos feitos na campanha até agora. As prestações devem conter a discriminação dos recursos em dinheiro e dos gastos, detalhando doadores e fornecedores. No primeiro acerto com a Justiça Eleitoral, divulgado no início de agosto, o candidato do PSDB, Pimenta da Veiga, arrecadou R$ 3,8 milhões, enquanto Fernando Pimentel, do PT, recebeu R$ 1,1 milhão. Já o socialista Tarcísio Delgado (PSB) obteve R$ 474 mil em doações.