São Paulo - A gestão Luiz Antônio Fleury Filho no governo do Estado de São Paulo, entre 1991 a 1994, invadiu a corrida sucessória paulista e domina o embate eleitoral entre os dois candidatos que encabeçam a disputa: Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (PMDB).
"Fleury não é chefe nem coordenador da minha campanha, mas sim um dos tantos parceiros do PMDB que acham que está na hora de mudar São Paulo", disse o candidato.
O embate em torno da gestão Fleury começou nas propagandas do PSDB na quarta-feira da semana passada, dia 27. O peemedebista é apresentado como "chefe" da campanha de Skaf que, como governador, "quebrou" o Estado e deixou a área da saúde em "caos". "É isso que você quer de novo para o Estado de São Paulo?", pergunta o locutor. "É esse mesmo PMDB, que quebrou São Paulo, que quer voltar ao governo com Skaf?"
Eleito em 1990 como sucessor do governador Orestes Quércia (PMDB), Fleury governou o Estado por quatro anos. Além do massacre do Carandiru (1992), sua gestão é associada à quebra do Banespa - que sofreu intervenção federal em 1994. Sucedido por Mário Covas (PSDB) - morto em 2001 -, Fleury virou aliado dos tucanos em 1998, quando foi eleito deputado federal pelo PTB.
Na resposta de Skaf, ontem, ele procurou vincular o PSDB à gestão de Fleury. "Quando o senhor fala do ex-governador Fleury, não esqueça que o vice-governador dele era Aloysio Nunes, seu grande amigo, hoje senador do PSDB e candidato a vice-presidente de Aécio Neves", disse o peemedebista.
Além de 1998, em 2010 o PMDB integrou a base de apoio a Alckmin.
Função
Um dos principais nomes da articulação política na campanha de Skaf, Fleury é o presidente da Coligação São Paulo quer Mudar. Seu nome está registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) como representante legal da chapa (PMDB, PROS, PSD, PP e PDT).
Na prática, Fleury cuida das agendas e dos apoios políticos no interior de São Paulo e da relação da campanha com os demais partidos da coligação.
A campanha de Skaf informou que Fleury não tem função de comando e que o cargo de coordenador não existe. Procurado, o ex-governador disse que nunca se apresentou "como coordenador-geral".
Para Skaf, a propaganda tucana é reflexo dos resultados recentes das pesquisas eleitorais. Levantamento feito pelo Ibope, divulgado na semana passada, mostrou que as intenções de voto de Skaf passaram de 11% para 20%, na comparação com julho. Alckmin manteve os 50%. "O senhor faz esse barulho todo porque o Skaf está subindo cada vez mais nas pesquisas", disse o locutor ao fim da propaganda do PMDB. Tucanos negam que as críticas tenham sido motivadas pela pesquisa Ibope.