ACM Neto negou que a possibilidade de apoio a Marina Silva em um segundo turno esteja sendo discutida no momento. Ontem, ao Broadcast Político, o coordenador da campanha de Aécio e correligionário de ACM, José Agripino Maia, admitiu pela primeira vez a possibilidade de apoiar Marina em um segundo turno "contra um mal maior que é o PT".
Segundo o prefeito de Salvador, Agripino Maia foi mal interpretado e ligou para Aécio para explicar o caso. Ao ser questionado, momentos antes do debate no SBT, sobre a declaração do coordenador de campanha, Aécio disse que desconhecia a fala. "O que a gente menos precisa agora é de uma crise interna na campanha.
Para o prefeito, o momento difícil de Aécio Neves já era previsto. Ele acredita, no entanto, que, passado o momento mais crítico da campanha, o mineiro pode se recolocar na disputa pelo segundo turno. "No dia do enterro de Eduardo, tive uma conversa particular com Aécio e lhe disse: se prepare que você vai ver as duas semanas mais difíceis da sua trajetória. Por outro lado, acho que passado este momento mais difícil, é possível retomar o crescimento. Ele é um bom produto, tem consistência, conteúdo, aliados fortes nos Estados."
Reversão
Na tentativa de reverter o que chamou de "fenômeno Marina Silva", ACM acha que Aécio deve explorar sua maior base partidária e os apoios em palanques estaduais. O democrata citou São Paulo, Minas Gerais e Bahia como locais onde o tucano deveria focar sua campanha nas próximas semanas. "Ele deve focar agenda dele em locais onde tem palanque mais forte, candidatos a governador ou a senador bem posicionados. Para tentar associar o nome dele a um desses candidatos". Em São Paulo e na Bahia, Estados citados por ACM, os candidatos que apoiam Aécio - Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Souto (DEM) - lideram com folga a disputa pelos governos estaduais. Os números não se traduzem, porém, em votos para o tucano, que aparece em segundo em São Paulo e em terceiro lugar na Bahia, com apenas 10% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto.
Em Minas, base eleitoral de Aécio, a situação é diferente. O tucano aparece na frente, tecnicamente empatado com Dilma Rousseff, mas vê ameaçada a hegemonia de 12 anos do PSDB no Estado. "Ele precisa olhar muito por Minas, precisa construir uma vitória dele e do candidato dele em Minas Gerais", avalia. A necessidade de uma vitória em Minas seria um dos motivos que para que Aécio pensasse em desistir da candidatura presidencial para concorrer em seu Estado ainda em 2014.
Ataques
Questionado se o mineiro vem sendo muito brando nos ataques a Marina Silva, focando nas críticas ao governo, ACM Neto falou em coerência. Para ele, o fato de o tucano continuar tendo Dilma como principal alvo mesmo depois de ser ultrapassado por Marina não é um sinal de que desistiu de chegar ao segundo turno. "Não é porque houve esse fenômeno Marina que ele vai deixar de ter coerência. A posição de coerência dele é ser a grande voz de oposição nesta eleição. Quem fez oposição nos últimos 12 anos neste País fomos nós, foi Aécio Neves, ele não pode perder esse foco de maneira alguma", defendeu.
Apesar da distância que separa Aécio Neves das duas candidatas mais bem colocadas, 19 pontos porcentuais no último Datafolha, ACM resiste em dizer que a eleição esteja perdida. "As pessoas estão querendo criar um quadro por conta das últimas pesquisas desconsiderando que os próximos 30 dias são decisivos. As pessoas estão começando a despertar para a eleição agora. Esses próximos 30 dias são mais importantes do que os últimos 4 anos", conclui..