Os atos de corrupção no Brasil – que têm pautado as campanhas eleitorais – romperam as fronteiras do país e, pelo menos alguns deles, protagonizados pelo deputado federal Paulo Maluf (PP), de 83 anos, serão usados para dar suporte à campanha da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional para combate à corrupção no mundo. Maluf se transformou no personagem Mr. Propina (Mr. Kickback, em inglês) como forma de convencer a Suíça a adotar medidas mais duras em seu sistema financeiro para evitar a lavagem de dinheiro no país. Entre as medidas sugeridas pela ONG, que lançou a campanha ontem, em Berna, está a identificação do responsável pela conta, com redução do sigilo bancário, a limitação de transações em dinheiro e o registro de donos de ações ao portador, entre outras.
De acordo com a Transparência Internacional, as medidas são fundamentais para evitar que políticos de todo o mundo se beneficiem do sigilo bancário, especialmente em instituições financeiras de Genebra e Zurique, para esconder o dinheiro de origem ilícita. Na campanha “Desmascarar a Corrupção”, Paulo Maluf é apresentado como um político que, durante quadro anos como prefeito de São Paulo conseguiu desviar dos cofres públicos da metrópole cerca de US$ 344 milhões, enviados por ele para paraísos fiscais, que lhe garantiram o sigilo. Afirma ainda, que o deputado, bem longe de seus contribuintes, consumiu parte do dos recursos em “relógios de luxo e joias, além de casas de aposta em Nova York”.
Maluf não parece mesmo estar vivendo seus melhores momentos. Anteontem, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), decidiu pela cassação de sua candidatura nesta eleição para novamente tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados. O político foi considerado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa – aplicada pela primeira vez em eleições majoritárias este ano –, por improbidade administrativa. No processo, Maluf é acusado pelo Ministério Público de desviar recursos superiores a R$ 500 milhões no superfaturamento de obras, entre elas, o Túnel Ayrton Senna, enquanto esteve à frente da Prefeitura de São Paulo. Na sentença, Maluf teve seus direitos políticos suspensos por cinco anos. No entanto, a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paulista ainda aguarda recurso.
Verbo
Nessa terça-feira, Maluf foi citado pela ONG Transparência Internacional como um dos poucos políticos no mundo que têm um verbo para se referir à prática de improbidade administrativa: “Malufar”, que significa, no Brasil, “roubar dinheiro público”. “Não existem muitas pessoas que podem dizer que há um verbo criado a partir de seu nome. Mas Paulo Maluf pode”, diz a campanha. Apesar de nunca ter sido preso, há um mandoo de prisão internacional expedido contra ele, que está nas mãos da Interpol, depois que ele foi condenado em Jersey, ilha britânica, escolhida por ele para receber recursos de empresas com as quais tem ligação. “Apesar da sua notoriedade, Maluf não está na prisão. Na realidade, ele é membro do Congresso Nacional. Se corre o risco de ser preso se sair do país, no Brasil, ele está livre”, explica ainda a campanha da ONG.
Maluf não está sozinho ao ser lembrado como exemplo de corrupção. Ele é citado ao lado de pelo menos outros dois políticos, o ex-ditador da Tunísia Zine al-Abidine Ben Ali e um homem de negócios da Nigéria. Na Suíça, a campanha coincide com o debate parlamentar sobre um projeto de lei sobre a implementação das recomendações feitas pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi). “A Suíça precisa ampliar a sua legislação antilavagem de dinheiro, para impedir que os corruptos escondam o produto do crime e da corrupção em seu território. Não se deve criar facilidade para corrupto capaz de fugir com recursos de atividades ilícitas, muitas vezes ligadas ao crime organizado internacional, com a ajuda da Suíça”, disse Eric Martin, presidente da Transparência Internacional no país europeu.
De acordo com a Transparência Internacional, as medidas são fundamentais para evitar que políticos de todo o mundo se beneficiem do sigilo bancário, especialmente em instituições financeiras de Genebra e Zurique, para esconder o dinheiro de origem ilícita. Na campanha “Desmascarar a Corrupção”, Paulo Maluf é apresentado como um político que, durante quadro anos como prefeito de São Paulo conseguiu desviar dos cofres públicos da metrópole cerca de US$ 344 milhões, enviados por ele para paraísos fiscais, que lhe garantiram o sigilo. Afirma ainda, que o deputado, bem longe de seus contribuintes, consumiu parte do dos recursos em “relógios de luxo e joias, além de casas de aposta em Nova York”.
Maluf não parece mesmo estar vivendo seus melhores momentos. Anteontem, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), decidiu pela cassação de sua candidatura nesta eleição para novamente tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados. O político foi considerado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa – aplicada pela primeira vez em eleições majoritárias este ano –, por improbidade administrativa. No processo, Maluf é acusado pelo Ministério Público de desviar recursos superiores a R$ 500 milhões no superfaturamento de obras, entre elas, o Túnel Ayrton Senna, enquanto esteve à frente da Prefeitura de São Paulo. Na sentença, Maluf teve seus direitos políticos suspensos por cinco anos. No entanto, a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paulista ainda aguarda recurso.
Verbo
Nessa terça-feira, Maluf foi citado pela ONG Transparência Internacional como um dos poucos políticos no mundo que têm um verbo para se referir à prática de improbidade administrativa: “Malufar”, que significa, no Brasil, “roubar dinheiro público”. “Não existem muitas pessoas que podem dizer que há um verbo criado a partir de seu nome. Mas Paulo Maluf pode”, diz a campanha. Apesar de nunca ter sido preso, há um mandoo de prisão internacional expedido contra ele, que está nas mãos da Interpol, depois que ele foi condenado em Jersey, ilha britânica, escolhida por ele para receber recursos de empresas com as quais tem ligação. “Apesar da sua notoriedade, Maluf não está na prisão. Na realidade, ele é membro do Congresso Nacional. Se corre o risco de ser preso se sair do país, no Brasil, ele está livre”, explica ainda a campanha da ONG.
Maluf não está sozinho ao ser lembrado como exemplo de corrupção. Ele é citado ao lado de pelo menos outros dois políticos, o ex-ditador da Tunísia Zine al-Abidine Ben Ali e um homem de negócios da Nigéria. Na Suíça, a campanha coincide com o debate parlamentar sobre um projeto de lei sobre a implementação das recomendações feitas pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi). “A Suíça precisa ampliar a sua legislação antilavagem de dinheiro, para impedir que os corruptos escondam o produto do crime e da corrupção em seu território. Não se deve criar facilidade para corrupto capaz de fugir com recursos de atividades ilícitas, muitas vezes ligadas ao crime organizado internacional, com a ajuda da Suíça”, disse Eric Martin, presidente da Transparência Internacional no país europeu.