O corte de recursos, de cerca de R$ 15 mil mensais, vale por seis meses ou enquanto durar o afastamento da parlamentar da propaganda, afirma resolução do DN. O presidente nacional do Psol, Luiz Araújo, acusou o diretório do Rio de descumprir três resoluções superiores. Já o presidente do Psol-RJ, Rogério Alimandro, considerou absurdas as acusações.
"Claro que esse dinheiro nos faz falta", disse Alimandro. Ele chamou a resolução do DN de "chantagem". "Agora, não vamos deixar de defender posições políticas por pressão financeira." O dirigente afirmou que o Fundo Partidário não é propriedade do comando nacional do partido. O repasse só poderia ser suspenso, afirmou, em duas hipóteses: dívida financeira ou acordo. Araújo, porém, disse que o descumprimento de resoluções também pode ser usado para suspender o pagamento. Afirmou ainda que a Convenção Nacional é instância de recurso para candidaturas barradas nos Estados. "O problema é que a direção do Rio tem uma dificuldade grande de leitura do estatuto", ironizou.
Na resolução, o DN acusa o Psol do Rio de, ao excluir Janira, seguir procedimento que "fere o tratamento isonômico (...) e denota atitude de perseguição política e exclusão política de um agrupamento interno (...)." "A regra democrática é a vontade da maioria mais a preservação das minorias", disse Araújo. "Não podemos permitir que maiorias eventuais sufoquem as minorias. Excluir Janira é claro exercício indevido da maioria."
O texto também acusa o diretório fluminense de ter registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) só parte da direção local eleita. Outro ponto atacado é a decisão do Psol-RJ de não acatar decisão da Convenção Nacional Eleitoral. Ela ordenou registro no TRE de duas candidaturas barradas no encontro local, o que foi feito. O Psol do Rio recorreu à Justiça para impedi-las.
Briga
Alimandro tem outra opinião. "Há um ano e meio, pedimos a expulsão de Janira do partido", disse.
Também critérios políticos teriam levado o Psol do Rio a tentar barrar os dois candidatos a deputado que recorreram à Convenção Nacional. Um deles é o pastor Jefferson Barros. Segundo Alimandro, alguns delegados ao Congresso Estadual levantaram contra Barros acusações de ligações com políticos tradicionais. Por isso, decidiu-se barrá-lo. O outro candidato impedido, Fernando Henrique Mattos, teria se filiado no último dia do prazo, só para concorrer, por isso foi impedido.
Haveria ainda um impedimento legal ao cumprimento da ordem da Convenção Nacional para registrar. O estatuto do Psol não daria poder à Nacional para incluir candidatos, disse o presidente do PSOL do Rio. Araújo, porém, argumentou que não foram incluídos novos candidatos, apenas foram homologados candidatos apresentados no Rio. "Cinco candidatos do Rio recorreram, só acatamos dois", explicou.