"O apoio vai ficar entre esses dois, entre Marina e o Pastor Everaldo, já há esse consenso", disse Lelis. Segundo ele, a CGADB decidiu que irá chamar novamente esses dois candidatos para conversar já nos próximos dias, em especial no caso da Marina, que não conversou mais com a comissão política da congregação desde que se tornou candidata, após a morte trágica de Eduardo Campos, em 13 de agosto.
Em 4 de agosto, Marina havia participado de um encontro com integrantes da CGADB, como candidata a vice e ao lado do então presidenciável do PSB, Eduardo Campos. No mesmo dia, Everaldo havia também feito uma apresentação para o grupo de pastores. "O cenário era outro, houve uma reviravolta como vocês tem acompanhado", pontuou Lelis.
O pastor Lelis afirmou também que a CGADB vai apoiar qualquer um desses dois candidatos que chegar ao segundo turno, admitindo que no cenário atual a probabilidade maior é de Marina, dadas as pesquisas de intenção de voto. "Isso está bem cristalino e também foi discutido hoje", afirmou.
Em 2010, a CGADB apoiou a candidatura do tucano José Serra. Neste ano, a congregação também recebeu o candidato do PSDB, Aécio Neves, e antes da mudança de cenário com a morte de Campos, ainda admitia a possibilidade de escolher pelo apoio a Aécio.
Sobre a forma que Marina vem conduzindo a campanha desde que assumiu a cabeça de chapa pelo PSB, Lelis disse que é avaliada positivamente pela CGADB, mas com ressalvas. "Alguns posicionamentos dela, a gente gostaria que fossem mais objetivos, mas temos que respeitar a tudo e a todos", disse Lelis em referência a posições de "princípios da igreja", como ser contra o casamento gay e o aborto. Marina tem dito ser favorável às condições de aborto já previstas em lei e pelo direito à união civil gay, também já prevista pela Justiça.
Lelis também admitiu que a decisão de hoje foi possível considerando o recuo do programa de governo, no capítulo de direitos LGBT, com a errata que causou polêmica nos últimos dias. "Melhorou", afirmou. "(Sem alteração) ficaria complicado", completou. Ele destacou, no entanto, que por parte da CGADB não houve qualquer pressão ou sequer contato com a equipe de Marina para pedir alterações no texto..