Leonardo Augusto e Juliana Cipriani
O candidato a presidente da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, pediu ontem a aliados em Belo Horizonte empenho em sua campanha ao Palácio do Planalto de forma a levá-lo ao segundo turno da eleição. “É hora de cada um mostrar não apenas suas boas intenções, mas o que vai fazer para que o Brasil inicie um novo ciclo de desenvolvimento”, disse a uma plateia de 443 prefeitos – segundo informação do próprio Aécio – em um clube da Zona Sul da capital. O tucano pediu também reforço para a campanha do ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) para o governo mineiro.
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Segundo Aécio, a presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, e a ex-senadora Marina Silva, candidata do PSB ao Palácio do Planalto, têm a mesma origem. “Uma (Marina), com boas intenções, que eu respeito, mas que é do mesmo núcleo que vem governando o Brasil. Vem do PT”, disse. A candidata do PSB teve a legenda como o primeiro partido e foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma era do PDT, mas migrou para o PT em 2001.
Aécio afirmou ser a melhor opção entre os candidatos. “O país não pode conviver com mais um ciclo de improvisos”, disse, ressaltando que os brasileiros estão pagando um preço alto pelo “aprendizado” da atual presidente no governo. “Isso tem levado o país a ter repiques inflacionários e ao pior crescimento entre todos os nossos vizinhos”, avaliou. No início do discurso aos aliados, Aécio, ao lado do governador Alberto Pinto Coelho (PP), de Pimenta da Veiga e do candidato tucano ao Senado por Minas, Antonio Augusto Anastasia, comparou eleição e apoio dos aliados. De acordo com o presidenciável, a disputa nas urnas é importante e pode-se perder ou ganhar. O apreço dos correligionários, na avaliação do candidato, no entanto, tem destaque especial.
Para Aécio, a reunião de ontem marcará o salto do PSDB, que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. “Estamos iniciando hoje aqui uma grande arrancada. Reunindo as principais alianças políticas do estado, da sociedade mineira, para a vitória de Pimenta da Veiga e Anastasia em Minas Gerais. E também para estarmos no segundo turno”, disse. Anastasia lidera as pesquisas de intenção de voto para o Senado. “Venha para o Senado da República ser o meu parceiro na defesa por Minas”, disse Aécio, no discurso, ao aliado.
Na sequência, Aécio teve reunião com deputados federais e estaduais de sua base aliada e disse estar confiante de que fará “barba, cabelo e bigode”. O tucano sinalizou que o aumento das críticas aos petistas deve ser a tônica para as últimas semanas. “Onde o PT governa, está perdendo as eleições, e eu espero que Minas demonstre de forma muito clara que não temos como vocação ser amanhã um depósito de petistas derrotados em outras partes do Brasil”, afirmou.
Aécio criticou o candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel, que, segundo ele, levou investimentos que poderiam ter ficado no estado para fora e agora aparece como construtor de um novo tempo para Minas. Ele acredita que Pimenta vá reverter a desvantagem para os petistas. “Não acredito que logo em Minas, consciência maior da nação brasileira, vamos ter um retrocesso como esse”. Aécio pediu uma vinculação maior das candidaturas do seu campo político ao projeto começado por ele em seu primeiro governo, que teve início em 2003, e foi sucedido por Antonio Anastasia, em 2010. Apesar de ter confirmado que veio ao estado “botar todo mundo para trabalhar”, o tucano negou que tenha havido “corpo mole” de seus cabos eleitorais.
Apoio de artistas
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, lançou ontem um clip com a participação de vários artistas que apoiam sua campanha. O mote do jingle é o mesmo adotado pelo senador: o de que o Brasil precisa mudar, mas de maneira segura. “Um novo Brasil para a gente. Decente, maduro”, diz o refrão da música, cantada, entre outros, por Zezé di Camargo e sua filha Wanessa, Beto Guedes, Chitãozinho & Xororó, Renato Teixeira e Fernando Brant. O clipe tem 47 segundos e foi exibido ontem no programa do candidato no horário eleitoral gratuito na televisão.