O fotógrafo Lunae Parracho, da agência Reuters, publicou ontem fotos em seu blog de um embate entre índios da etnia kaapor e madeireiros na terra indígena do Alto Turiaçu, no nordeste do Maranhão, na divisa com o Pará.
“Em maio, o Ministério Público Federal relatou uma situação de conflito envolvendo índios kaapor e exploradores ilegais da floresta para a Polícia Federal, o Ibama e a Funai, pedindo a essas agências medidas urgentes em dez dias. Mas nada foi feito. Durante a minha semana de visita à região, eu não vi um único funcionário público ou qualquer infraestrutura no local para proteger a área de madeireiros”, escreve o fotógrafo.
Em 1998. índios da mesma etnia, que vivem na reserva no nordeste do Pará, ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Belém, para cobrar a retirada de madeireiros, comerciantes e invasores de suas terras, além da conclusão da demarcação da área pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Eles pediam ainda que a Funai liberasse recursos para saúde, educação e saneamento.
Os índios passaram o dia todo com o administrador da Funai no Pará, Frederico Oliveira, reclamando da demora na saída dos invasores e da falta de investimentos da Funai na região. Oliveira disse que o problema da Funai é a escassez de recursos. Já em 2009, mesma terra foi motivo de disputa entre indígenas e garimpeiros. Cerca de 50 agentes da Funai e da Polícia Federal realizaram uma operação para desalojar um grupo de garimpeiros de Turiaçu. A presença dos garimpeiros foi denunciada à Funai pelos índios kaapor, moradores da região. Agentes do Ibama também participaram da operação, com a tarefa de avaliar os danos ambientais.