Só alcançado em vários pontos por sacolejantes estradas de terra, rodeadas de pastos e pouca floresta, o antigo seringal Bagaço, nos arredores de Rio Branco, é o berço de Marina Silva e de sua carreira política, mas ainda não viu a campanha dela acontecer. Ali não são poucos os moradores que declaram voto na ex-ministra do Meio Ambiente, na esperança de que, sendo filha da terra, ela resolva problemas históricos, como a regularização fundiária, ainda pendente.
No Bagaço, uma conquista recente é a energia, ligada em algumas casas somente a partir de 2008, por meio do programa Luz para Todos. Mas é a Marina, e não à candidata do PT, que muita gente atribui a benfeitoria. O maior desafio agora é o assentamento de famílias que ainda não conseguiram o registro das terras em que vivem, processo emperrado por imbróglio com o Banco do Brasil. “Sem o papel, não temos direito a um financiamento do governo”, diz Francisco Ribeiro de Araújo, de 59 anos, ex-seringueiro que declara voto em Marina, mas não sabe o número dela.
Vice-governador do Acre e candidato do PSB à Câmara, César Messias diz que falta dinheiro e as peças de campanha disponíveis têm Eduardo Campos, morto num acidente avião em agosto, como cabeça de chapa. “Da Executiva Nacional, não recebemos nada. Do nosso caixa, tivemos entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.”