Jornal Estado de Minas

Ex-diretor da Petrobras delata propina para senadores, deputados e governador

De acordo com Paulo Roberto Costa, os políticos recebiam 3% de propina em cada contrato da Petrobras durante a gestão dele na estatal

Paulo Roberto Costa aceitou fazer a delação premiada para obter perdão judicial - Foto: Valter Campanato/ABr
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deu o nome de 12 senadores, 49 deputados federais e um governador como parte da delação premiada para tentar obter perdão judicial. Os envolvidos seriam de cinco partidos políticos. Segundo Costa, eles recebiam propinas de 3% sobre contratos da Petrobras durante a gestão dele na diretoria da empresa.

A delação chegou ao Supremo Tribunal Federal no começo desta semana para que o ministro Teori Zavascki homologue o acordo. Na iminência de sofrer condenações decorrentes de ação judicial, Costa considera que não tem a menor chance de sair da prisão tão cedo. E quer preservar a família, que se tornou alvo da operação Lava Jato, esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Polícia Federal.

No último dia 22 de agosto, o presidente do Democratas, senador Agripino Maia (DEM-RN), afirmou que o ex-diretor da Área de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa poderia contribuir para abrir a "caixa preta" da companhia. Costa está preso desde junho por envolvimento em suspeitas de corrupção e desvio de recursos investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Operação Lava Jato

Deflagrada no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, desarticulou uma organização que operava um esquema de lavagem de dinheiro em seis estados e no Distrito Federal. De acordo com as informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os acusados movimentaram mais de R$ 10 bilhões.

Segundo a polícia, o grupo investigado, “além de envolver alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil”, é responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas, além de desvio de recursos públicos.

A operação foi intitulada dessa forma porque o grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro.




Com Agências


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