Em campanha na cidade de São Paulo, a candidata à reeleição pelo PT, presidenta Dilma Rousseff, disse hoje (6) que precisa de dados oficiais para tomar providências cabíveis e não adotará medidas com base em especulação.
“Precisamos de dados oficiais a respeito dessa questão. A própria revista que anuncia esse fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu gostaria de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e asseguro que tomarei todas as providências cabíveis, mas não com base em especulações”, disse a presidenta, ao ser questionada por um jornalista, antes de participar de um encontro com mulheres.
Em Presidente Prudente, no interior paulista, o candidato Aécio Neves (PSDB) cobrou apuração do caso e punição para os envolvidos.
“É muito importante que essas investigações sejam aprofundadas, que os responsáveis por esses desvios sejam punidos, mas o fato concreto é que durante todos os últimos nove anos, o mensalão continuou a existir nesse governo. Agora, financiado pela nossa principal empresa pública, a Petrobras”, disse, conforme entrevista divulgada pela assessoria do candidato, que participou de encontro com lideranças do Pontal do Paranapanema.
Em atividade de campanha em Brumado, no interior da Bahia, a candidata Marina Silva (PSB) defendeu Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e então candidato pelo partido, que teria sido citado pelo ex-diretor, de acordo com a reportagem. Ela também defendeu apuração do caso.
“O fato de ter um empreendimento da Petrobras feito no seu estado não dá o direito de colocá-lo em uma lista dos que cometeram qualquer irregularidade.
Já no Rio de Janeiro, a candidata Luciana Genro (PSOL) também cobrou investigação.
“É possível que seja de fato verdade. Nós sabemos que há uma relação promíscua entre os partidos, as empresas privadas e as estatais. Os políticos dos partidos tradicionais se utilizaram das empresas públicas como a Petrobras para fazer negócios, receber propinas e defender interesses privados. Evidentemente que isso precisa ser muito bem investigado”, disse a candidata, durante caminhada pela Feira do Lavradio, local que reúne grande número de vendedores de artesanato, no centro da cidade.
Segundo a revista, no depoimento, o ex-diretor mencionou o nome do senador Romero Jucá (PMDB-RR), como um dos envolvidos no esquema. Em nota, o senador Romero Jucá nega ter recebido “qualquer contribuição de campanha e quaisquer outros recursos por meio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa”. De acordo com o senador, o relacionamento dele com o ex-diretor “sempre foi institucional”. “Todas as doações de campanha foram feitas respeitando a legislação e estão disponíveis para consulta”, diz a nota.
De acordo com a reportagem, o ex-diretor disse ainda aos policiais que o secretário nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto, atuava como intermediário do partido no esquema. Em nota divulgada hoje (6), o partido diz que “é absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto. Vaccari Neto nunca esteve na sede da Petrobras. Ele não visita empresas estatais, pois são proibidas por lei de fazer doações eleitorais”, acrescentando que as prestações de contas do partido são regularmente apresentadas aos órgãos fiscalizadores..