A presidente Dilma Rousseff tentou neste domingo, 7, mais uma vez, colar na adversária Marina Silva (PSB) a pecha de candidata volúvel, que muda de posição a toda hora. "O que acontece no meu governo e comigo é que nós não mudamos de posição todo santo dia", afirmou Dilma, seguindo estratégia definida pelo comando da sua campanha de desconstruir Marina. "Quando a gente afirma uma coisa agora, a gente repete a coisa às 18 horas no dia seguinte. E, como é próprio do presidente ser pressionado, inclusive por vocês da imprensa, eu também aguento pressão."
Dilma fez a declaração ao ser questionada por jornalistas sobre queixa de Marina, que disse hoje estar sendo "muito agredida" pela presidente e pelo PSDB. "Sinto muito", respondeu Dilma. "Não é esse o nosso interesse. Nós não queremos agredir. Nós queremos fazer um debate qualificado. Lamento que debate qualificado seja visto como agressão. Debate tem de ter porque vivemos numa democracia."
A estratégia da campanha petista é carimbar Marina como uma candidata de posições contraditórias. Dilma tem batido na tecla de que Marina não dá prioridade ao pré-sal e quer reduzir o papel dos bancos públicos, o que prejudicaria programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida e o Luz para Todos.
Reforma política
Depois de participar do desfile de 7 de Setembro, a presidente recebeu no Palácio da Alvorada representantes de movimentos da juventude. Na ocasião, discutiu a importância de políticas voltadas para os jovens, como o combate à homofobia e a mobilização da sociedade para uma reforma política por meio de consulta popular.
"Consulta popular é imprescindível para reforma política. Não há justificativa nessa altura para se temer mais participação popular", ressaltou.
O tema reforma política foi retomado pelo Palácio do Planalto no momento em que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa denuncia um esquema de corrupção instalado na estatal, envolvendo cinco partidos, incluindo o PT e o PMDB, deputados, senadores e um ministro de Estado.