O candidato tucano ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, mostrou nesse domingo que vai fazer do esquema de propina na Petrobras, delatado pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa, a principal arma para enfrentar seu adversário Fernando Pimentel (PT). Em segundo lugar nas pesquisas, o tucano tratou de publicar em seu site que o “PT de Pimentel nega a existência do mensalão” e que, agora, um “mensalão 2”, como a oposição batizou o escândalo, vem à tona.
De acordo com reportagem da revista Veja do último fim de semana, Paulo Roberto afirmou em depoimento à Polícia Federal que um cartel de empreiteiras funcionava dentro da Petrobras e desviava 3% dos valores dos contratos para pagar governadores e parlamentares do PT, PMDB, PP e PSB. O nome de Fernando Pimentel, ex-ministro de Dilma Rousseff, não é citado entre beneficiários do esquema.
Embora não tenha tido agenda pública ontem, Pimenta da Veiga aproveitou o feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, para falar sobre corrupção, pouco antes de postar mais um vídeo sobre o escândalo da Petrobras. “Merecemos um país livre da corrupção e que siga o caminho da prosperidade social e econômica”, escreveu.
Já Fernando Pimentel mantém discrição e evita falar sobre o assunto. No sábado, ao ser perguntado a respeito, ele foi cauteloso. Disse que “até agora, são só vazamentos de uma suposta delação premiada” e completou: “Até que haja alguém responsável por essa informação e que ela seja incorporada a um processo judicial, isso não significa nada”. Ontem, o petista gravou programas para a propaganda eleitoral e, segundo a assessoria, o tema não será abordado. Hoje, ele se reúne com representantes do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, em Belo Horizonte.
BAIXA ARRECADAÇÃO As vacas estão magras nas eleições em Minas. A menos de 30 dias das eleições, os dois principais candidatos ao governo estão longe de arrecadar o quanto previam gastar em suas campanhas. De acordo com prestação de contas parcial ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Fernando Pimentel conseguiu R$ 5,3 milhões, o correspondente a 12,7% dos 42 milhões da previsão de gastos informada no início da corrida eleitoral. E acabou desembolsando mais, já que as despesas foram de R$ 6,1 milhões.
Apesar de menor que a expectativa, as doações representam salto de R$ 4,2 milhões em relação a um mês atrás, quando o petista, em primeiro lugar nas pesquisas, havia arrecadado R$ 1,1 milhão. Os tempos também estão difíceis para os tucanos, que arrecadaram apenas um quinto dos R$ 60 milhões que previam gastar. As doações à campanha do PSDB somam R$ 12,3 milhões, sendo que R$ 11,9 milhões já foram usados. Em relação à primeira prestação de contas, informada em agosto, a arrecadação subiu somente R$ 1,3 milhão.