O pastor define sua ovelha como "inflexível, mas coerente" e crê que defender o casamento gay seria "totalmente, completamente" contra os princípios dela. "Ela tem como fundamento que casamento é entre um homem e uma mulher. Isso é bíblico e constitucional. Marina leva isso ao pé da letra", resume o pastor, ao comentar a decisão de Marina de retirar a proposta inicialmente incluída em seu plano de governo, o que gerou críticas de homossexuais e defecções na campanha.
A reportagem encontrou Gonzaga na noite de sexta-feira, 5, após um culto no templo central da igreja em Rio Branco. Carismático e popular entre os fiéis, ele não tem filiação partidária e nunca disputou cargo público, mas sempre se engaja em campanhas. Atualmente, pede votos para um pastor da igreja se eleger deputado estadual e torce para um dos filhos, 1.º suplente de vereador na cidade, seja abençoado com a vaga.
Natural de Xapuri, Gonzaga conviveu com o seringueiro inspirador de Marina, Chico Mendes, que visitava a igreja do pai, também pastor.
Conselho
Em 2010, como conta o pastor, ela o procurou numa madrugada para dizer que não poderia tomar a decisão sobre a candidatura presidencial sem antes consultá-lo e ao seu pastor em Brasília. Ouviu que a campanha seria a oportunidade de ter seu nome reconhecido nacionalmente e que, no ano anterior ao centenário da Assembleia de Deus no País, seria um orgulho ter uma "assembleana" no páreo. "Aí ela ficou animada e nós oramos por ela naquela madrugada", recorda. "Pastor, estou muito aliviada e indo em paz", teria dito Marina, antes de se despedir. Naquela campanha, a ex-ministra o visitou ao menos mais duas vezes.
Na noite em que o aliado Tião Viana (PT) se elegeu governador, Marina pediu, segundo Gonzaga, que o templo central lhe fosse aberto para orações na madrugada. E, em agosto, no dia em que o PSB oficializou sua candidatura à Presidência, após a morte de Eduardo Campos (PSB) num acidente de avião, Marina pediu a Gonzaga "cobertura espiritual" para os embates e situações adversas que viriam.
O pastor não arrisca dizer se Marina chegará ao Planalto. Sem citar nomes, acha que políticos "são capazes de tudo" e que algo como uma grande calúnia poderia, sim, abater o voo dela. Elegendo-se, aposta que a ex-ministra não deverá ser uma evangélica no poder, sabendo separar política de religião, embora creia que boa parte do público das igrejas espere o oposto. "Ela não é uma onda. Construiu um alicerce sólido de 20 milhões de votos em 2010, agora multiplicado." As informações são do jornal
O Estado de S.