Dilma comentou que, quando eleita, em 2010, fez mudanças no comando da Petrobras "com cuidado". "Tem que ter um certo cuidado para não agir de forma abrupta. Porque se não você desmonta o que está feito, inclusive, se faz isso até na transição", disse, durante a série de Entrevistas Estadão nesta segunda-feira.
A presidente disse que decidiu alterar o conselho da Petrobras "lentamente" e que ela substituiu aqueles que não considerava os melhores para a sua equipe. "Não tinha avaliação deles no que se refere a maus feitos", disse. "Se tivesse tinha tomado as providências cabíveis", afirmou.
Dilma disse ainda que é estranho falar em destruição da Petrobras. Segundo ela, tirando a questão que tem aparecido neste momento da campanha, a Petrobras hoje é uma empresa primorosa, que saiu de R$ 15,5 bilhões e chegou ao patamar de R$ 111 bilhões. "Como qualquer empresa do mundo tem seu valor baseado nas reservas de petróleo que tem. E hoje a Petrobras tem uma reserva grande", afirmou. A candidata também afirmou que muitos não acreditavam na capacidade do Brasil de explorar o pré-sal porque seria muito difícil. "Ressuscitamos a indústria naval. Ressuscitamos uma indústria que já havíamos sido segundo. Chegamos a julho deste ano a 81 mil empregos. A Petrobras é a maior empresa deste País", afirma Dilma.
Mensalão
Questionada sobre o uso político das denúncias e da associação que o seu adversário Aécio Neves (PSDB) tem tentado fazer de comparar as delações do ex-diretor Paulo Roberto Costa ao esquema do mensalão, Dilma voltou a dizer que nos governos petistas os casos são investigados e "não colocados embaixo do tapete". "Quem não investiga não descobre. Nós desmontamos muitos esquemas de corrupção", afirmou.
Dilma disse ser "estranho" que os adversários falem sobre corrupção já que outros esquemas de corrupção não tiveram o mesmo tratamento.
Ela voltou a lembrar o caso de afundamento de uma plataforma de petróleo durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso e que, segundo Dilma, não foi investigado. "Você acha que é tranquilo, uma plataforma que custa R$ 1,5 bilhão afundar? E ninguém investigar porque afundou?. A plataforma, de R$ 1,5 bilhão é duas vezes Pasadena", disse. "Ela afundou no governo FHC e ninguém investigou. Não é próprio das plataformas sair por aí afundando", disse..