Sobre a reforma política, Dilma acrescentou que, "se for acabar com a reeleição, tem de dar mandato de 5 anos". A presidente argumentou que a população quer melhorias na representatividade e nas formas pelas quais campanhas são financiadas. "Só tem um jeito de fazer a transformação, se a população der poder para uma das posições", disse em sua participação na série Entrevistas Estadão.
Em relação a atrasos nas obras do governo federal, como é o caso da transposição do rio São Francisco, Dilma afirmou que "só não atrasa obra de engenharia quem não faz" e justificou que a transposição exige diversas obras espalhadas por vários Estados para ser potencializada. Ela ressaltou ainda que, se o governo tivesse a experiência que tem hoje, a obra do São Francisco levaria cinco anos.
A presidente também falou de sua relação com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ela afirmou que o País arrumou um "problema" relacionado à espionagem com vários governos. "Minha relação com Obama foi entre presidentes que perceberam um problema político sério. Ele percebia que o vazamento não era um questão banal", disse. Segundo Dilma, os dois países tratarão deste assunto depois das eleições.
Marina
Dilma também defendeu a propaganda eleitoral de sua campanha que comparou a candidata Marina Silva (PSB) aos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros. Questionada se ela acreditava que Marina também não iria completar um mandato se eleita, a exemplo dos dois ex-presidentes, Dilma explicou que seu programa "não fez uma comparação pessoal". "Eu acho a Marina uma pessoa bem intencionada. Não estou fazendo uma comparação pessoal. O que eu fiz de comparação com o Jânio e o Collor é que ambos governaram sem apoio", explicou, durante a série Entrevistas Estadão. "Não estou falando da pessoa dela, mas de uma política que ela propõe."
A presidente destacou que quem escolhe o deputado e o senador não é a presidente. Segundo ela, todas as pessoas que acham que vão negociar com notáveis, que é possível governar sem partido, "geralmente ocorre alguma coisa muito perigosa".
Questionada se o aliado Collor não havia reclamado da exposição negativa, Dilma reforçou que "não falou da pessoa, eu falei de um governo", afirmou. Dilma disse ainda que são "dados históricos" que a falta de apoio no Congresso inviabilizou os dois governo. "Que o governo Collor não teve base de sustentação é um dado da história. Temos que perceber que acusação pessoal é muito profundo. Eu respeito o Collor, mas discordo das políticas. Por isto comecei falando que acho a Marina bem intencionada", afirma..